domingo, 5 de março de 2017

Microbiologia: viagem ao mundo invisível (Parte I)


O Homem tende, por natureza, a estar mais atento ao que o rodeia de forma visível, em detrimento daquilo que não consegue ver com os seus próprios olhos de uma forma natural. Este comportamento não é recente, muito pelo contrário, remonta às Escrituras a expressão “Ver para crer!”. Contudo, existe um “mundo invisível”, mas bastante activo ao nosso redor, e parte dele somos nós próprios que o transportamos. A ciência que se dedica ao estudo deste “mundo invisível” denomina-se Microbiologia. Se fizermos a decomposição da palavra, veremos que “micro” significa pequeno, “bio” representa vida e “logia” (que deriva do grego logos) significa estudo. Assim, podemos dizer, de uma maneira mais simples, que a Microbiologia é o ramo da Biologia que se dedica ao estudo dos seres pequenos.

Em 1673, Antoine van Leeuwenhoek, observou pela primeira vez, com auxílio de uma lente simples, microorganismos. Esta observação valeu-lhe o reconhecimento como primeiro microbiologista. Seguiram-se a van Leeuwenhoek outros nomes que ficariam para a História pelas descobertas feitas  no mundo microscópico, nomeadamente, Louis Pasteur e Robert Koch, os primeiros cientistas a propor que as bactérias seriam vectores de diversas doenças que atingiam o Homem.


A Microbiologia pode ser dividida em quatro grandes áreas de estudo, a saber: Parasitologia, Bacteriologia, Virologia e Micologia (Figura 1).



Figura 1. Imagens ilustrativas das diferentes áreas de estudo da Microbiologia, nomeadamente, a Parasitologia, a Bacteriologia, a Virologia e a Micologia.


A Parasitologia é a parte da Microbiologia que se dedica ao estudo dos parasitas, dos hospedeiros e das relações que se estabelecem entre parasita e hospedeiro. Um parasita bastante comum em Moçambique é o Plasmodium falciparum, parasita responsável pela malária, doença que afecta uma grande parte da população moçambicana. O Plasmodium falciparum (Figura 2) tem como vector o mosquito da espécie Anopheles sp. (Figura 3). Este é apenas um exemplo de parasita, mas existem muitos muitos mais.

 
Figura 2. Diferentes fases do desenvolvimento das formas masculina e feminina de Plasmodium falciparum, a espécie mais comum em Moçambique. Adaptado de Nature Reviews Microbiology 13, 573–587 (2015)

Figura 3. Imagem ilustrativa de um mosquito da espécie Anopheles sp. Esta espécie é o vector do parasita causador da malária, Plasmodium flaciparum. Imagem retirada de https://drerwinwijatmiko.wordpress.com/2013/12/

A Bacteriologia é a parte da Microbiologia que se dedica ao estudo das espécies bacterianas. As bactérias são seres microscópicos, unicelulares, e estima-se que tenham sido as primeiras formas de vida a surgir na Terra há biliões de anos. De uma forma genérica, as bactérias podem ser classificadas de acordo com a sua forma e/ou de acordo como se apresentam depois de aplicada a técnica de coloração de Gram. Assim, podemos ter: cocos, se a forma for esférica; bacilos, se a forma for de bastão; vibrião, se for em forma de vírgula; espirilos, se for em forma de espiral (Figura 4).
Figura 4. Diferentes formas de células bacterianas. Imagem retirada de http://meumundoeciencias.blogspot.pt/2015/04/execicios-sobre-bacterias-7-ano.html

Tendo em conta a maneira como se apresentam depois de aplicada a técnica de Coloração de Gram, podemos classificar as bactérias em bactérias de Gram Negativo e bactérias de Gram positivo.

Não percam a próxima viagem...vamos conhecer a Virologia e a Micologia!!


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