terça-feira, 28 de março de 2017

Hoje penso que foi a curiosidade e o interesse em experimentar a minha forma de aprender a aprender.



Experimentar tornou-se essencial no processo de aprendizagem! Por que é as pessoas não querem encarar esta realidade? O mundo mudou, mas a educação não. O ritmo de mudança na Educação é lento e descontinuo.

Todos os dias ouço há minha volta que temos que motivar os alunos. Mas depois vejo que todos são obrigados a aprender a mesma coisa da mesma forma.

A velha ideia de compartimentação do Ensino em disciplinas estanques tornou-se desadequada e deixou de ter sentido. Perceber o entrelaçamento dos temas, que agora constituem as disciplinas, e relacioná-los com a prática seria um passo de gigante para motivar os alunos.

De igual modo, seria importante respeitar o ritmo de aprendizagem dos alunos e personalizar o processo de aprendizagem. A tecnologia permite fazer tudo isto a muito baixo custo e de forma equitativa.

Aprender, devia ser a palavra de ordem e “aprender a aprender” o objectivo final de qualquer sistema de Ensino. As competências que um aluno necessita de reunir para ter sucesso podem ser adquiridas de muitas formas. As Escolas, todas elas, estão a ser ultrapassadas por não perceberem como motivar os alunos. Os alunos aprendem vendo, fazendo, discutindo, modificando e tirando conclusões do que observaram, em suma - experimentando!

Aulas onde os professores debitam quantidades e quantidades de conhecimento contabilizado em tempo e em temas, não têm qualquer sentido. Será melhor deixar os alunos explorar o espaço envolvente e serem questionados sobre o que observam. Parte da exploração teórica pode até ser feita através de programas adequados de televisão ou usando meios interactivos através da internet. As aulas só devem começar quando um determinado nível de conhecimento estiver adquirido e servem para promover o conhecimento e a aprendizagem através da discussão e do debate.

Seria importante ter contacto com bibliotecas, mas estas não existem ou não estão apetrechadas de livros, mapas e meios de consulta. Mas isso não representa um problema por si só, já que uma grande maioria de alunos e professores tem acesso a um telemóvel. Grande parte daquilo que precisamos de conhecer fica ali mesmo no visor, mas ficam também disponíveis enormes quantidades de dados. Estes dados são preciosos, se as fontes forem fiáveis, e os alunos e professores podem fazer uso dele em favor de uma melhor e mais dinâmica aprendizagem.

Os alunos devem ser preparados para “aprender a aprender” e a perceber as grandes dinâmicas mundiais de mudança – politica, social, económica e ambiental. Tudo isto se consegue com motivação, trabalho e rigor.

A minha recente experiência na preparação de alunos para uma olimpíada de robótica entusiasmou-me e fez-me perceber que inverter este caminho de insucesso, passa por experimentar. Criar movimento, perceber os objectivos e atingir o alvo. Alunos que nunca viram um robô são agora programadores destas máquinas fantásticas, percebem a utilidade da Matemática, da Física, da Mecânica e da Electrónica, mas estão, sobretudo, motivados a estudar mais e mais para alcançar um objectivo – aprender mais.

São, e sempre o foram, alunos fantásticos, inteligentes e agora, bem mais motivados.

A Tecnologia aproxima as pessoas e faz encontrar novas soluções de ensino e aprendizagem. Onde hoje se vê uma ameaça, está uma grande oportunidade de motivar e criar entusiasmo. Não falo de deixar usar livremente telemóveis e computadores nas aulas, mas de os explorar estrategicamente (didáctica e pedagogicamente) para obter dados úteis e aumentar o conhecimento.

Por tudo isto, precisamos urgentemente de rever a formação de professores inicial e de um ambicioso programa de formação em exercício. Precisamos também de aliar o “saber pensar” e o “saber fazer” e redefinir o “saber estar” de modo a incluir nesta equação o “saber experimentar”, livremente, com imaginação e criatividade.

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