quinta-feira, 11 de abril de 2019

A Ciência num buraco negro


Um dia fantástico na história da Ciência ou um dia que se faz história na Ciência. 

Os cientistas revelaram nesta quarta-feira (10) a primeira imagem real de um buraco negro. O anúncio aconteceu durante evento transmitido ao vivo organizado pelo projeto EHT (Event Horizon Telescope), pela Fundação Nacional de Ciências (NSF) e pelo European Southern Observatory (ESO).

O projeto EHT liga radiotelescópios ao redor do mundo para criar um telescópio virtual gigantesco. O projecto vinha observando dois buracos negros com grandes horizontes de eventos — o Sagittarius A (no centro da Via Láctea) e o buraco negro no centro da galáxia M87 (este que acaba de ser fotografado).

A imagem, bem como suas análises, foi publicada numa série de seis artigos numa edição especial do The Astrophysical Journal Letters.

Na fotografia está o buraco negro que fica no centro da M87, a 55 milhões de anos-luz da Terra e com uma massa de 6,5 biliões de vezes a massa do Sol.


A imagem, bem como suas análises, foi publicada numa série de seis artigos numa edição especial do The Astrophysical Journal Letters.

Este é um extraordinário feito da Ciência e foi realizado por uma equipa que congrega mais de 200 investigadores.

sábado, 6 de abril de 2019

Doutoramentos e Gênero


No ano passado, foram atribuídos 78.778  doutoramentos nos Estados Unidos,  destes 53% são mulheres. Essa percentagem é recorde e 2017 marca o nono ano consecutivo em que as mulheres conquistam a maioria dos doutoramentos nas universidades dos EUA, segundo o relatório do CGS / GRE Graduate Enrollment & Degrees: 2007-2017, do Conselho de Escolas de Pós-Graduação.

O gráfico que ilustra esta notícia fornece uma visão geral da situação entre os diferentes temas abordados no relatório. Na Administração Pública e Serviços (75,6%), Ciências da Saúde (70,3%) e Educação (68,8%), as mulheres representaram a grande maioria dos doutoramentos. Sendo que as amulheres também  estão na frente noutras áreas, incluindo Ciências Sociais e Comportamentais e Artes e Humanidades.

No entanto, na arass de STEM, os homens ainda são a maioria. Em Engenharia, os homens representaram 76,6% do total de graduados, juntamente com 74,9% para Ciências Matemáticas e de Computação e 65,9% para Ciências Físicas e da Terra.

A situação em Moçambique é muito diferente. São muito poucos os doutorados para um número muito grande de Universidades e, salvo raras excepções, ainda não existem programas de doutoramento. Situação que urge corrigir nas políticas para o desenvolvimento da ciência, em particular em STEM.

No caso das mulheres em STEM esta situação agrava-se ainda mais, sendo necessário desenvolver um profundo trabalho de base ao nivel do ensino básico no sentido de atrair mais meninas para as ciências.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Transformação Digital


Transformação Digital - uma revolução na educação.

As empresas e as organizações existentes no mercado com as suas infraestruturas tecnológicas e as todas as operações já montadas, representam um risco para elas próprias se não conseguirem transformar-se com a velocidade suficiente para competir com as restantes empresas que já "nascem digitais". Segundo o relatório Enterprise Risk Management Initiative da North Carolina State University e da Protiviti ee 2019, o factor associado ao risco subiu do 10º lugar em 2018 para o primeiro lugar em 2019. Este factor de risco comporta sobretudo os aspectos como a viabilidade e a resiliência dos modelos de negócios bem como as mudanças nas preferências dos clientes, mas também a resistência à mudança e à capacidade de contratar num mercado de trabalho com pouca oferta são outros dos factores.

Supõe-se que este ano as empresas deverão investir muito dinheiro (muitos milhões de USD) em iniciativas de transformação digital para melhorar a eficiência, no entanto e tragicamente a maioria dessas iniciativas não atingirão seus objectivos, sendo classificado como um exercício de má gestão em larga escala.

As empresas precisam de criar uma cultura que valorize as pessoas para que rapidamente estas se familiarizem com os novos processos para poderem entrar neste ambiente em rápida transformação e adaptar-se à concorrência de empresas mais jovens que operam nativamente num mundo digital.

Algumas empresas estão a explorar a robótica e a análise de dados para transformar os seus negócios de forma a responder mais eficazmente aos clientes e reduzir custos. Outras empresas estão a usar sensores para monitorar operações e estão a contratar especialistas, vindos das universidades, em análise de dados, mas sobretudo estão em processos acelerados de formação da sua força de trabalho para tirar maior partido das ferramentas digitais. Esta capacidade de trazer cientistas e coloca-los a trabalhar em equipa com os funcionários da empresa, que conhecem bem a empresa e as suas potencialidades, reforça de forma significativa a resposta ao desafio da transformação digital.
Existe nesta questão da automação alguns perigos que devem ser antecipados e encontrar solução para eles. Haverá mais pessoas que serão afectadas pelos processos de automação do que a maioria das pessoas acredita. Não serão apenas aqueles que realizam trabalhos manuais e rotineiros, mas também os que trabalham em áreas analíticas previsíveis e com grande volume de dados, como a engenharia, a contabilidade e até mesmo na computação.

As empresas que não acautelem estas situações e não antecipem os cenários de uma transformação digital podem ter que enfrentar no futuro convulsões sociais e assistir a um aumento das desigualdades. À medida que as tecnologias de automação assumem cada vez mais atividades rotineiras, previsíveis e físicas a combinação de competências em todos os domínios irá mudar.
O sucesso da transformação digital (ou de qualquer outra) depende totalmente do trabalho em equipa para atingir os objectivos definidos. Deve ser um trabalho de toda a empresa, não apenas de algumas pessoas, que deve entender os objectivos e encontrar o caminho do sucesso. Infelizmente, a maioria das empresas está isolada em áreas funcionais e unidades de negócios, travando árduas batalhas para estabelecer a comunicação, coordenar e colaborar em relação às iniciativas de transformação.

As diversas ferramentas, bases de dados e fluxos de trabalho das diferentes funções colaboram para um ecossistema de trabalho analógico, isolado e desorganizado onde apenas uma pequena porção de tempo é dedicada às suas funções principais. Sendo muito do tempo útil é passado a enviar e receber e-mail, em tarefas administrativas e em reuniões que não concorrem e nem estimulam o trabalho de equipa e entre equipas. Mas, mais preocupante, é que se perguntarem a um responsável pela gestão de uma empresa o que esta está a acontecer naquele preciso momento, ele terá grande dificuldade em responder, já que as empresas não possuem uma comunicação baseada num verdadeiro, ágil e assertivo registo do trabalho que se está a desenvolver.

Em países onde o desemprego é extramente elevado parece quase desumano propor substituição de trabalho manual. No entanto, a transformação digital cria novas oportunidades que vão desde funções complexas que exigem uma maior formação académica até posições técnicas igualmente exigentes com entradas mais rápida no mercado de trabalho.

A expectativa é que esta transformação digital represente uma verdadeiramente revolução na educação.