quarta-feira, 30 de agosto de 2017

C&T – um casamento, quase, perfeito!



A toda a hora somos confrontados com os termos empreendedorismo, inovação, tecnologia, desenvolvimento, ciência, em diversos meios de comunicação social. Torna-se importante perceber como surgem e porque surgem estes temas na linguagem dos média. Mais importante ainda é perceber qual o papel, conteúdo e importância dos mesmos no dia-a-dia.


A Revolução Industrial teve início em Inglaterra, entre 1760 e 1860, e foi marcada por um grande avanço tecnológico nos transportes, nas máquinas e obviamente na forma de produzir. Mais tarde, de 1860 a 1900, dá-se a expansão industrial em vários países e inicia-se a utilização de novas formas de energia eléctrica e energia derivada do petróleo. Mas foi a partir de 1900, que a revolução industrial atingiu os domínios da automação, robótica e se dão os primeiros passos na engenharia genética. A ciência, cujo crescimento está ligado de alguma forma à tecnologia atinge um grande desenvolvimento no século XVI, com o aparecimento do microscópio óptico. Desde modo a revolução industrial apresenta uma evolução inseparável da sua aplicação ao mundo desenvolvido. Desde o século XIX que a investigação científica e a tecnologia estão cada vez mais unidas e organizadas socialmente e, a partir do século XX, tornaram-se industrializadas e olhadas de um modo empresarial – nascendo aqui a base dos empreendedores de hoje aqueles que ousam inovar e correr riscos.

As políticas para a promoção da ciência e tecnologia (C&T) têm hoje avultados investimento em Ciência e atingem verticalmente todo o sector da Educação – desde a escola primária, às unidades de pesquisa e desde as Universidades até às empresas. Um exemplo clássico, referido assim em muita literatura, é o que aconteceu nos Estados Unidos após o lançamento do Sputnik, em 1957 – onde o investimento em Ciência e Tenologia foi estrondoso. Após este facto os avanços relevantes em termos de ciência e tecnologia surgem como medida de avaliação do desenvolvimento das nações no mundo.

Este abraço entre Ciência e Tecnologia comporta alguns desafios e a necessidade de criar cidadãos bem informados.

Tome-se como exemplo a biotecnologia. Esta é usada para produzir, modificar produtos para uso específico e tem sido aplicada na produção de alimentos, produtos químicos, bebidas e outros produtos dos quais colhemos o benefício em muitas áreas incluindo nutrição e cuidados sanitários desde há centenas de anos. Hoje a biotecnologia tem muitas mais áreas, por exemplo na saúde, na agricultura e nas pescas onde o seu impacto é enorme. No entanto se abrirmos um jornal facilmente encontramos referências: ao SIDA, ao aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos, a novas armas biológicas, reciclagem, poluição, novos progressos e esperanças (tratamento de cancros, envelhecimento com qualidade de vida, tratamentos de doenças. Mas também de novos dilemas éticos como por exemplo a clonagem humana, também eles resultantes do avanço da Biotecnologia. Na verdade este é um confronto da ciência e tecnologia com a sociedade e que nos levanta muitas questões que têm influenciado a própria condição do homem.

O papel da Escola e os desafios constantes da Ciência.
Na Escola concretiza-se o direito à educação e esta tem uma origem dupla: alimentar… e conduzir para… Deste modo a educação resulta da preocupação de alimentar o aluno com conhecimentos e dar-lhe todas as ferramentas para o desenvolvimento das suas capacidades. Alimentar o aluno, isoladamente, é apenas ensinar o que reduz a educação a uma função instrumental de transmissão do conhecimento. Sendo que dar-lhe todas as ferramentas para o desenvolvimento das suas capacidades torna-se fundamental na educação – onde o principal objectivo é o desenvolvimento global da personalidade do aluno.

Neste Mundo em que vivemos os conhecimentos são substituídos por outros rapidamente e tudo muda à nossa volta de igual forma vertiginosa e a escola deve preparar a maioria dos seus alunos com os requisitos mínimos para uma inserção rápida no mercado de trabalho. Em suma tem de criar ou estimular o poder de reflexão e de crítica aliada a uma grande flexibilidade de raciocínio adaptado a novas situações.

O ensino das ciências tem que promover a construção e o aprofundamento do conhecimento científico para o desenvolvimento de competências que permitam o exercício da crítica, reflexão e entender a importância da Ciência hoje em dia, na qualidade de vida e na organização da sociedade.

A necessidade de ter uma verdadeira literacia científica, associada a um ensino das ciências capaz, vai permitir uma maior aquisição de conhecimento científico e a sua aplicação desse conhecimento em situações reais. É este o caminho para a promoção da participação activa na sociedade, através da discussão dos grandes desafios e questões levantadas pelo avanço das ciências e da tecnologia.


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Mozambique Skills Baseline Study



Mozambique has experienced a significant increase in activities associated with the mining and exploration of its mineral resources, with major oil and gas discoveries,development and production in the central region and anticipated development and production in the northern region. This has led to a dramatic increase in the inflow of foreign labour. Given the importance and high potential levels of economic growth that these projects might bring to Mozambique, together with the acknowledgement that the country does not have the required skills readily available to implement/deliver on these projects, the Government has approved the decree for contacting foreign labour in the mineral resources sector.

Although it is important for the Government to approve the inflow of foreign labour to the country to meet immediate needs, the Government is highly concerned about the lack of availability of Mozambicans to sustain these projects in the long term.The progressive increase in the activities of exploration and processing of mineral resources in Mozambique calls for a corresponding increase in qualified and seasoned technical professionals. The country is facing a general shortage of skilled labour especially in the mining, energy and chemicals industries, resulting in a very high dependency on foreign labour. [...]

Mozambique_Skills_Baseline_Study (2017)

Author:
Antonio Batel Anjo
Soraia Amaro
Zeferino Martins

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A luz é o acto sexual entre o Céu e a Terra


Na abertura de Ano Internacional da Luz, em 2015, na sede da UNESCO em Paris, o arquitecto mexicano Gustavo Avilès afirmou: “A luz é o acto sexual entre o Céu e a Terra.” Será necessário apelar à nossa imaginação para perceber a existência de um ser sem a presença da Luz. Temos uma certeza esse ser não seria nada parecido connosco! Vamos a mais uma manifestação da Luz e dos fantasmas que é capaz de criar – os hologramas.

Os hologramas, do grego holos (inteiro) e graphos (sinal ou imagem), são registos de objectos que quando iluminados de uma forma específica permitem ver os objectos que lhe deram origem. Na fotografia registamos as diferentes intensidades de luz proveniente do objecto a fotografar, os hologramas vão mais longe e registam a fase da radiação luminosa proveniente do objecto. É nesta mesma fase que está contida a informação sobre a posição relativa de cada ponto do objecto permitindo deste modo reconstruir uma imagem com informação tridimensional.

Vamos imaginar que se trata de uma “fotografia tridimensional”. Na verdade isto só é possível graças à propriedade ondulatória da luz. Na fotografia tradicional são apensas registados as variações de amplitude das ondas luminosas – a intensidade. A holografia recorre a um raio laser para produzir imagens em relevo. Esta técnica foi inventada pelo físico húngaro Dennis Gabor e cuja importância é bem patente na atribuição do prémio Nobel de Física em 1971.

Para produzir um holograma precisamos de uma fonte de luz que se propague numa só direção – um laser, e uma superfície hipersensível. A luz proveniente do raio laser é dividida em dois feixes: o primeiro ilumina o objeto e que o reflete sobre superfície o segundo feixe ilumina diretamente a superfície. Essas duas fontes luminosas criam o holograma – uma irreconhecível sucessão de faixas e anéis concêntricos. Quando ele é iluminado a luz transforma as faixas e os anéis numa representação tridimensional do objecto.


A dependência do laser era muito limitativa até que em 1965 o físico russo Yu Dnisyuk conseguiu produzir um holograma visível sob a luz comum.

Os hologramas ainda estão nos domínios dos protótipos, ainda utilizam muita informação e como tal exigem muita capacidade de processamento assim como o desenvolvimento dos lasers e restantes materiais usados para que se tornem mais baratos e simples. A quantidade de informação terá de ser resolvida através de codificações eficazes na compressão dos dados tridimensionais. Estes possuem mais uma dimensão que os tradicionais sinais de imagem e vídeo que terá de ser convenientemente explorada. Quanto aos materiais em si é natural que ao longo do tempo se desenvolvam e se tornem mais simples, eficazes e baratos, como acontece com qualquer tecnologia.

O conceito de holografia associado a vídeo 3D poderá ser muito útil por exemplo para facilitar diagnósticos médicos em que uma melhor visualização de órgãos, cavidades ou outras partes do corpo podem revelar pormenores que actualmente não são tão visíveis. Esta mais-valia também é válida para visualização de peças mecânicas a 3D.

Uma vez que o mercado da holografia estará no grande consumo no futuro, as duas grandes áreas que deverão sofrer mais alterações face ao seu formato actual serão a publicidade e o entretenimento. Na publicidade claramente as três dimensões permitem captar mais atenção de cada pessoa e de mais pessoas, ou seja, assenta que nem uma luva nos objectivos da publicidade ao passar a mensagem de maneira muito mais eficaz. No entretenimento trata-se de atingir uma maior tele-presença ao dar mais realismo e detalhe á experiência proporcionada aos utilizadores.

Hologramas bem pertinho de nós!

No caso das aplicações em segurança os materiais para os quais os hologramas são transferidos por cunhagem e os próprios materiais de suporte – papel-moeda, documentos de identificação e muito outros. O novo Bilhete de Identidade contém uma parte holográfica composta pelo símbolo do República Moçambique e nas notas podemos observar o logótipo do Banco de Moçambique e o valor da denominação alternadamente quando a nota é inclinada em diferentes ângulos.

Mais espectacular ainda é a cantora japonesa, Miku Hatsune. Trata-se de um humanoide criado pela Crypton Future Media. Procurarem no Youtube e vão poder assistir a um verdadeiro espectáculo de um fantasma de Luz.