segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Cem anos de Paulo Freire


O ano que agora termina foi marcado pelo centenário do nascimento de Paulo Freire (1921-97) que passou demasiado despercebido, para tristeza de muitos que vêm nas suas ideias uma forma actual para renovar a Educação.

As ideias de Freire ligadas à pedagogia crítica, espelhadas no livro Pedagogia do Oprimido (1972), uma obra seminal no campo da Educação é um dos livros mais citados nas Ciências Sociais. A inquietude com que se vive este centenário face ao cenário de grande apreensão traçado pelos novos caminhos da Educação, leva a uma necessidade urgente de voltar a olhar a pedagogia de Paulo Freire a fim de questionar, criticar e mudar as práticas que têm causado flagrantes desigualdades. A mudança de Políticas Públicas de Educação é, hoje, flagrantemente urgente. 

A pedagogia de Paulo Freire, com os seus propósitos de emancipação e de libertação, foram sendo reprimidos ao longo destes últimos anos sob uma ideia avassaladora de globalização da educação e reduzidas a meros instrumentos económicos.

Cem anos depois, as ideias de Freire são cada vez mais relevantes num Mundo empolgado pelo progresso tecnológico e científico, mas que não consegue combater as desigualdades e que falhou nos domínios social, cultural e político. Não só não consegue combater as desigualdades como as agravou e, hoje a ciência e a tecnologia, são os principais factores de desigualdade norte-sul. O elevador social que a Escola deveria permitir falhou de forma desastrosa e hoje assiste-se a um desinteresse e a uma gritante falta de relevância da educação como factor transformador da sociedade.

A Educação não é uma solução mágica com resultados rápidospara todas as disfunções sociais, culturais e políticas que fomos criando ao longo dos anos. Esta solução mágica só existe na mentalidade e nos discursos das grandes organizações internacionais. Enfrentamos, hoje, uma enorme corrosão social pela privação dos direitos dos alunos à aprendizagem e, em geral, das populações ao desenvolvimento.

A Educação não pode ser uma solução isolada, embora esta forneça uma possível base de liberdade, de discussão, de pensamento e de democracia, os resultados são imprevisíveis. O impacto do trabalho dos educadores, ao facilitar uma mudança na mentalidade dos alunos, pode ser sempre inquinado por factores extrínsecos inerentes ao contexto, como a referência a visões do Mundo distorcidas, pobreza e riqueza e a sua disposição e capacidade para abraçar novas ideias.

A pedagogia de Paulo Freire, será sem dúvida, um caminho que a Educação pode desenvolver para melhorar o seu desempenho, auxiliar na criação de novas políticas, mas tem de encontrar um contexto propício para o seu desenvolvimento. Não pode ser vista como um processo mecânico, nem uma solução mágica, é um caminho muito longo e muito acidentado que deve ser percorrido em conjunto com toda a Sociedade.

sábado, 10 de outubro de 2020

10102020


O mundo onde vivemos é único, o nosso planeta Terra é único, nós somos únicos e temos apenas uma só vida.

A data 10102020, ou 10 de outubro de 2020, é também única.

A data única que nunca mais voltará!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Supercomputador Oblivion ao serviço do SKA e da Investigação

Vai ser inaugurado em Évora, Portugal, o supercomputador Oblivion, com desempenho equivalente à combinação de mais de mil computadores associado ao projecto do maior radiotelescópio do mundo e disponível também para a comunidade científica e empresas. Para termos uma ideia a sua performance é equivalente a 1.200 computadores pessoais a funcionarem em conjunto.
A máquina, instalada no Data Center da DECSIS, no Parque Industrial e Tecnológico da cidade, vai ser inaugurada pela Universidade de Évora a 04 de Fevereiro do ano em curso.
O supercomputador é um investimento próximo de um milhão de euros e será usado entre o ENGAGE SKA "Enabling Green E-science for the SKA Research Infrastructure”, ligada ao projecto do maior radiotelescópio do mundo, e a comunidade científica e a empresas no âmbito da Rede Nacional de Computação Avançada. O ENGAGE SKA tem um financiamento global na ordem dos quatro milhões de euros, atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A ENGAGE SKA, é um consórcio liderado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) de Aveiro e com as universidades de Évora, Aveiro, Porto e Coimbra, Instituto Politécnico de Beja e Associação RAEGE Açores, é a interface da comunidade científica nacional ao Square Kilometre Array (SKA).
Como se pode ler em na site do SKA (https://www.skatelescope.org/) trata-se de um projecto global a uma escala sem precedentes, envolve cientistas e engenheiros integrados em mais de 100 instituições de 21 países na preparação da construção do maior radiotelescópio do mundo, que tem como objectivo observar e mapear o Universo.
Com uma área de um milhão de metros quadrados para a recolha de dados através de milhares de radiotelescópios exigirá avanços radicais em todas as ciências, mas sobretudo no processamento de dados, na velocidade de computação e na infraestrutura tecnológica.
O supercomputador em Évora vai “apoiar no processamento de volumes massivo de dados resultantes de actividades de investigação e inovação desenvolvidas em Portugal e enquadradas no design, prototipagem e operação” do radiotelescópio SKA e dos “seus eventuais precursores”.
O computador a ser inaugurado é capaz de processar 239 milhões de milhões de operações por segundo, armazenar 1,5 Petabytes de dados (equivalente a 1,5 milhões de Gigabytes)” e criar simulações numéricas em astrofísica.
Vai permitir fazer modelos sobre a origem e evolução do universo, das galáxias ou dos planetas e a radiação emitida a partir do Sol, entre outras coisas, e modelos de novos materiais, trabalhar o desenho de novos medicamentos ou testar aplicações paralelas para previsões nas áreas do clima e da agricultura.
Moçambique será um dos países que receberá diversas antenas a serem colocadas em Manina e Tete e terá uma grande oportunidade de se aliar a esta comunidade internacional de investigação e desenvolvimento. Se tal acontecer este será o evento científico, provavelmente o mais relevante de sempre na história da ciência em Moçambique, que mudará o ensino, a investigação e a relação com as empresas.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

2020 Ano Internacional da Saúde das Plantas



Foto kruger Park 2019

As Nações Unidas declararam 2020 o Ano Internacional da Saúde das Plantas ou Fitossanidade. A data foi uma conquista conjunta que resultou da união dos esforços da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Secretariado do International Plant Protection Convention (IPPC).

A iniciativa destaca a importância das nações, para garantir a saúde das plantas, protegendo a biodiversidade e o meio ambiente. Propõe-se igualmente acções que favoreçam a segurança alimentar e o desenvolvimento económico sustentável.


O Ano Internacional da Fitossanidade prevê a mobilização de governos, indústrias, cientistas, ONGs e da sociedade civil, para incentivar a inovação científica, reduzir a propagação de pragas e aumentar nos setores públicos e privados, ações e estratégias de proteção da biodiversidade.


Segundo o levantamento da responsabilidade da ONU, as pragas e as doenças das plantas são responsáveis pela perda de cerca de 40% das culturas a cada ano que passa. Por isso são essenciais esforços para aumentar a investigação científica e a vigilância sobre as culturas e a biodiversidade. 


A resposta está em vários domínios da Ciência, desde a utilização de satélites para a observação da Terra ao IOT, passando pela robótica e sensorização para a protecção das culturas, sendo estes apenas alguns exemplos de C&T que podem contribuir para a segurança alimentar e a protecção dos ecossistemas. 


Os ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecem as acções para os próximos anos em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta, sobretudo para um equilíbrio entre a economia, as pessoas e ambiente.


Os seres humanos estão a ter um impacto devastador no meio ambiente, com um milhão de espécies de plantas e animais agora ameaçadas de extinção como resultado directo da actividade humana segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas em Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES), onde também se pode ler que os seres humanos estão a destruir os mesmos ecossistemas que sustentam o seu modo de vida.



Esta infografia mostra alguns dados,  onde se destaca que um quarto de todas as espécies está agora ameaçado de extinção.  Isso aumenta para 40% para os anfíbios e 33% para os mamíferos marinhos.  O terrível impacto nas populações de anfíbios não é coincidência, dado que 85% das áreas húmidas presentes em 1700 haviam sido perdidas em 2000. Cerca de 75% do ambiente terrestre foi "severamente alterado" pelas acções humanas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Bienal STEM+L




Maputo | Moçambique | 17 a 21 de agosto de 2020 | OSUWELA 


A Bienal STEM+L – aprendizagem da Ciência, Tecnologias, Engenharia e Matemática, na Língua em que nos une, pretende ser um espaço de encontro de educadores, cientistas, decisores políticos e da comunidade em geral, atentos à importância da Educação, em particular da Ciência, Engenharia, Tecnologia e Matemática, no espaço e na língua da Lusofonia.

A cada edição, as temáticas escolhidas procuram manter a sua inquestionável centralidade, sobretudo num momento em que se questionam as aprendizagens dos estudantes e a qualidade e a exigência do ensino que lhes é oferecido.  É, por isso, da maior acutilância académica e relevo social a sua realização com o objectivo de discutir plataformas que sustentem novos ambientes de aprendizagem e suas aplicações, que permitam explorar, de forma inovadora e partilhada em rede, o potencial pedagógico e didáctico da tecnologia, com vista a melhorar o processo de ensino-aprendizagem nos diferentes países.

A importância das áreas de STEM, com especial relevância num contexto de Desenvolvimento, merece um debate intenso por forma a fomentar novas práticas, dinâmicas e criativas, que possam ser uma mais-valia no contexto lusófono. A troca de experiências e boas práticas é fundamental para acelerar as mudanças necessárias às abordagens formal e não formal do ensino destas áreas.

Objectivo Geral

A Bienal tem por objectivo global contribuir para o desenvolvimento de competências dos docentes no ensino e na aprendizagem de STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e da Língua, enquanto área de investigação e docência mas também como elo de ligação entre comunidades.

Deste modo, a Bienal STEM+L constitui-se como um veículo de partilha de experiências e com vista à melhoria da qualidade do sistema de ensino e de aprendizagem, construindo pontes entre profissionais e instituições dos diversos países presentes. O objectivo passa por reforçar a cooperação e o intercâmbio de experiências dos docentes oriundos de diferentes países e diferentes realidades, com as consequentes diferenças nas abordagens a estas temáticas.

Este evento pretende também envolver os agentes de ensino num conjunto de metodologias associadas às novas tecnologias e formas de comunicação, apoiando o desenvolvimento de competências que propiciem o acesso e o uso das novas ferramentas de comunicação e informação.

A quinta edição da Bienal STEM+L – aprendizagem da Ciência, Tecnologias, Engenharia e Matemática, na Língua em que nos une, em 2020, marca ainda o lançamento da Revista STEM+L, um veículo para artigos e case studies que exploram estas temáticas.

Aspectos fundamentais

Discussão com vista a uma melhoria do ensino das áreas de STEM, sem descurar a Língua de Comunicação.

Desenvolvimento de estratégias que reforcem os aspectos técnicos e pedagógicos do ensino/aprendizagem, a inovação, as redes de aprendizagem e as comunidades virtuais.

Aquisição de uma visão global do estado da arte, bem como promoção da discussão em torno do potencial pedagógico e didáctico da tecnologia para uma melhor aprendizagem das Ciências e da Língua.

Promoção e divulgação do conhecimento científico e estreitamento de laços entre profissionais e instituições dos vários países participantes, com vista a criar sinergias e relações de futuro.

Sobre a Bienal

As quatro edições da Bienal realizadas em Moçambique (2007), Cabo Verde (2009), São Tomé e Príncipe (2011) e Moçambique (2018) procuraram contribuir para o desenvolvimento da qualidade do ensino através da análise de experiências alicerçadas em diferentes contextos e realidades, sempre com o objectivo de estabelecer quadros de boas práticas.

Na verdade, a elevada participação atingida, a sua qualidade e as expectativas e os anseios demonstrados pelos participantes, foram a razão fundamental para a sua continuidade. Desta forma, desde 2018 Moçambique assumiu-se como país anfitrião, assumindo a organização das edições futuras.

Para a classe docente, este encontro constitui-se como uma oportunidade de contactar com novos projectos, actividades, estudos e recursos, e como ponto de partida para a reflexão e incorporação destes conceitos na sua prática pedagógica. Paralelamente às comunicações principais, decorrem workshops e acções de formação diversas.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

O Nobel de Economia 2019 e a redução da pobreza.



O Prémio Nobel da Economia foi atribuído a três investigadores pelo trabalho "experimental" de medidas de luta contra a pobreza. Talvez não exista uma resposta global o combate à pobreza e a resposta a este flagelo passa por pequenos passos aplicados a populações com características e condições concretas. No entanto, acredita-se que a melhoria da qualidade da educação, da escola e da saúde infantil são factores importantes para um combate eficaz à pobreza. 

O Banco da Suécia concede o prémio a Abhijit Banerjee (1961, Calcutá), Esther Duflo (1972, Paris) e Michael Kremer (1964), os dois primeiros são professores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e o terceiro lecciona na Universidade Harvard, pela sua contribuição no desenvolvimento de políticas e de incentivos no benefício das populações mais pobres.

“Encontrar formas de aliviar a pobreza é um dos maiores desafios da actualidade e estes três académicos fizeram contribuições decisivas às políticas e aos incentivos a serem aplicados”, diz o comité de atribuição do Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel.

O Banco da Suécia justificou a entrega destes prémios afirmando que mais de 700 milhões de pessoas subsistem com rendas extremamente baixas, a cada ano, cerca de cinco milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por doenças que poderiam facilmente ser prevenidas ou curadas com tratamentos com custos irrisórios e metade das crianças do mundo abandona a escola apenas com competências básicas de leitura, escrita e aritmética.

Os três cientistas premiados este ano introduziram uma nova forma de dar respostas concretas à pobreza extrema em populações também concretas. Eles levantaram um conjunto de perguntas de investigação e desenvolveram um trabalho de campo que lhes permitiu chegar a conclusões de como melhorar os resultados da educação e saúde infantil.

Na década 90, do século passado, Michael Kremer testou medidas de combate ao insucesso escolar no Quénia e ao mesmo tempo deu um passo muito importante estabelecer a economia do desenvolvimento, é um dos ramos da economia que estuda como devem ser aplicados os incentivos (sejam privados ou públicos) económicos ao desenvolvimento dos países mais pobres e em desenvolvimento promovem o crescimento económico, através de mudanças estruturais para melhorar a vida das populações – saúde, educação e trabalho.

O trabalho pioneiro deste economista ajudou a criar um modelo para o sistema de ensino do Quénia procurando a resposta para esta pergunta: qual a eficácia das políticas públicas na melhoria da qualificação das crianças e da qualidade do ensino?

E chegaram à conclusão que tentar resolver o problema apenas com a injecção de mais e mais dinheiro nem sempre resolve estas questões. As experiências levadas a cabo resultaram que os incentivos para diminuir o absentismo das crianças e para um maior envolvimento dos professores é a chave para melhorar a qualidade de ensino.

Mais tarde, Abhijit Banerjee e Esther Duflo aplicaram o mesmo tipo de estudos na Índia e concluíram que obrigar as crianças a passarem mais tempo na escola não era uma forma eficaz de combater a pobreza. A solução passava por reformas que melhorassem a qualidade da escola no seu todo.

A metodologia dos estudos usados pelos três investigadores, em que a experimentação e o contacto directo com as populações, revela que a qualidade da escola está no centro do combate à pobreza, mas também, o facto de ter os instrumentos necessários para avaliar os resultados das medidas tomadas. Isto permite perceber o que correu ou que correu mal e corrigir as políticas de desenvolvimento. É um grande contributo para tornar estas políticas mais justas, mais equitativas, mais eficazes, controlando o desperdício e aumentando o seu impacto.

As experiências em que se baseiam estas conclusões não são uma resposta global à pobreza, mas são os pequenos passos muito importantes.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O Nobel da Química vai para...


O Prémio Nobel de Química de 2019 teve como vencedores os cientistas John B. Goodenough, M.Stanley Whittingham e Akira Yoshino pelo desenvolvimento de baterias de iões de lítio.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

E o Nobel da Física vai para ...




Na edição de 2019 a Academia Sueca distinguiu a cosmologia - Jim Peebles - e a descoberta de exoplanetas (que giram em torno de uma estrela que não é o nosso Sol) - Michel Mayor e Didier Queloz.

Em 1995, na altura em que foi anunciada a descoberta do primeiro exoplaneta, poucos acreditaram nos cálculos de Michel Mayor, mas o cientista não desistiu e é também esta persistência que hoje se premeia.

Usando o método conhecido entre os astrónomos como o das velocidades radiais, Michel Mayor e Didier Queloz estimaram que a alteração na velocidade de uma estrela era resultado de uma interferência que só poderia ser causada por um planeta. Além de ter feito esta descoberta, Michel Mayor também participou no desenvolvimento de um instrumento usado nas medições.

A segunda metade do Nobel foi para Jim Peebles, que contribuiu para o estudo da matéria negra, que representará 85% da matéria do Universo, e para a análise da radiação cósmica de fundo, a radiação eletromagnética que vem do início dos tempos.

Em comunicado logo a seguir ao anúncio, o cosmólogo incentivou os jovens cientistas a perseguirem o caminho da investigação.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

100 anos do eclipse de 1919



"A população estacionou nas praças públicas, impressionada com o surpreendente espectáculo que a natureza lhe oferecia. Parecia que a aurora ia romper e, naquela escuridão, os galos cantavam e as avezinhas procuravam agasalho."


O jornal Folha do Littoral descreveu o momento em que a população de Sobral, no interior do Ceará, presenciou um eclipse total do Sol em 1919. Mas este não era um eclipse qualquer.

O fenómeno permitiu que um grupo de cientistas comprovasse pela primeira vez a Teoria da Relatividade Geral proposta pelo físico alemão Albert Einstein, comprovando experimentalmente esta teoria e uma das maiores revoluções da história da ciência. A Ciência nunca mais seria a mesma e o Mundo passou a olhar para Einstein, que até então era conhecido na comunidade dos físicos, como uma referência para a história da humanidade.


Faz hoje 100 anos que se deu o eclipse solar total mais famoso da história da ciência. 


Albert Einstein, Arthur Eddington (chefe da expedição) e Andrew Crommelin (observações astronómicas no Sobral).  

O sol esteve oculto entre a costa ocidental de África até ao Brasil. O eclipse foi fotografado por duas expedições científicas, uma na ilha do Príncipe e outra no Brasil, em Sobral. Quando o Sol ficou oculto as estrelas próximas ficaram visíveis e foi possível fotografá-las. Mais tarde quando comparadas as fotos tiradas no momento do eclipse e as fotos nocturnas foi possível observar um desvio da sua posição aparente provocado pelo campo gravitacional do Sol. 

Foi esta experiência que permitiu testar experimentalmente  a Teoria da Relatividade Geral de Einstein e o Mundo da Ciência nunca mais foi o mesmo.


quinta-feira, 11 de abril de 2019

A Ciência num buraco negro


Um dia fantástico na história da Ciência ou um dia que se faz história na Ciência. 

Os cientistas revelaram nesta quarta-feira (10) a primeira imagem real de um buraco negro. O anúncio aconteceu durante evento transmitido ao vivo organizado pelo projeto EHT (Event Horizon Telescope), pela Fundação Nacional de Ciências (NSF) e pelo European Southern Observatory (ESO).

O projeto EHT liga radiotelescópios ao redor do mundo para criar um telescópio virtual gigantesco. O projecto vinha observando dois buracos negros com grandes horizontes de eventos — o Sagittarius A (no centro da Via Láctea) e o buraco negro no centro da galáxia M87 (este que acaba de ser fotografado).

A imagem, bem como suas análises, foi publicada numa série de seis artigos numa edição especial do The Astrophysical Journal Letters.

Na fotografia está o buraco negro que fica no centro da M87, a 55 milhões de anos-luz da Terra e com uma massa de 6,5 biliões de vezes a massa do Sol.


A imagem, bem como suas análises, foi publicada numa série de seis artigos numa edição especial do The Astrophysical Journal Letters.

Este é um extraordinário feito da Ciência e foi realizado por uma equipa que congrega mais de 200 investigadores.

sábado, 6 de abril de 2019

Doutoramentos e Gênero


No ano passado, foram atribuídos 78.778  doutoramentos nos Estados Unidos,  destes 53% são mulheres. Essa percentagem é recorde e 2017 marca o nono ano consecutivo em que as mulheres conquistam a maioria dos doutoramentos nas universidades dos EUA, segundo o relatório do CGS / GRE Graduate Enrollment & Degrees: 2007-2017, do Conselho de Escolas de Pós-Graduação.

O gráfico que ilustra esta notícia fornece uma visão geral da situação entre os diferentes temas abordados no relatório. Na Administração Pública e Serviços (75,6%), Ciências da Saúde (70,3%) e Educação (68,8%), as mulheres representaram a grande maioria dos doutoramentos. Sendo que as amulheres também  estão na frente noutras áreas, incluindo Ciências Sociais e Comportamentais e Artes e Humanidades.

No entanto, na arass de STEM, os homens ainda são a maioria. Em Engenharia, os homens representaram 76,6% do total de graduados, juntamente com 74,9% para Ciências Matemáticas e de Computação e 65,9% para Ciências Físicas e da Terra.

A situação em Moçambique é muito diferente. São muito poucos os doutorados para um número muito grande de Universidades e, salvo raras excepções, ainda não existem programas de doutoramento. Situação que urge corrigir nas políticas para o desenvolvimento da ciência, em particular em STEM.

No caso das mulheres em STEM esta situação agrava-se ainda mais, sendo necessário desenvolver um profundo trabalho de base ao nivel do ensino básico no sentido de atrair mais meninas para as ciências.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Transformação Digital


Transformação Digital - uma revolução na educação.

As empresas e as organizações existentes no mercado com as suas infraestruturas tecnológicas e as todas as operações já montadas, representam um risco para elas próprias se não conseguirem transformar-se com a velocidade suficiente para competir com as restantes empresas que já "nascem digitais". Segundo o relatório Enterprise Risk Management Initiative da North Carolina State University e da Protiviti ee 2019, o factor associado ao risco subiu do 10º lugar em 2018 para o primeiro lugar em 2019. Este factor de risco comporta sobretudo os aspectos como a viabilidade e a resiliência dos modelos de negócios bem como as mudanças nas preferências dos clientes, mas também a resistência à mudança e à capacidade de contratar num mercado de trabalho com pouca oferta são outros dos factores.

Supõe-se que este ano as empresas deverão investir muito dinheiro (muitos milhões de USD) em iniciativas de transformação digital para melhorar a eficiência, no entanto e tragicamente a maioria dessas iniciativas não atingirão seus objectivos, sendo classificado como um exercício de má gestão em larga escala.

As empresas precisam de criar uma cultura que valorize as pessoas para que rapidamente estas se familiarizem com os novos processos para poderem entrar neste ambiente em rápida transformação e adaptar-se à concorrência de empresas mais jovens que operam nativamente num mundo digital.

Algumas empresas estão a explorar a robótica e a análise de dados para transformar os seus negócios de forma a responder mais eficazmente aos clientes e reduzir custos. Outras empresas estão a usar sensores para monitorar operações e estão a contratar especialistas, vindos das universidades, em análise de dados, mas sobretudo estão em processos acelerados de formação da sua força de trabalho para tirar maior partido das ferramentas digitais. Esta capacidade de trazer cientistas e coloca-los a trabalhar em equipa com os funcionários da empresa, que conhecem bem a empresa e as suas potencialidades, reforça de forma significativa a resposta ao desafio da transformação digital.
Existe nesta questão da automação alguns perigos que devem ser antecipados e encontrar solução para eles. Haverá mais pessoas que serão afectadas pelos processos de automação do que a maioria das pessoas acredita. Não serão apenas aqueles que realizam trabalhos manuais e rotineiros, mas também os que trabalham em áreas analíticas previsíveis e com grande volume de dados, como a engenharia, a contabilidade e até mesmo na computação.

As empresas que não acautelem estas situações e não antecipem os cenários de uma transformação digital podem ter que enfrentar no futuro convulsões sociais e assistir a um aumento das desigualdades. À medida que as tecnologias de automação assumem cada vez mais atividades rotineiras, previsíveis e físicas a combinação de competências em todos os domínios irá mudar.
O sucesso da transformação digital (ou de qualquer outra) depende totalmente do trabalho em equipa para atingir os objectivos definidos. Deve ser um trabalho de toda a empresa, não apenas de algumas pessoas, que deve entender os objectivos e encontrar o caminho do sucesso. Infelizmente, a maioria das empresas está isolada em áreas funcionais e unidades de negócios, travando árduas batalhas para estabelecer a comunicação, coordenar e colaborar em relação às iniciativas de transformação.

As diversas ferramentas, bases de dados e fluxos de trabalho das diferentes funções colaboram para um ecossistema de trabalho analógico, isolado e desorganizado onde apenas uma pequena porção de tempo é dedicada às suas funções principais. Sendo muito do tempo útil é passado a enviar e receber e-mail, em tarefas administrativas e em reuniões que não concorrem e nem estimulam o trabalho de equipa e entre equipas. Mas, mais preocupante, é que se perguntarem a um responsável pela gestão de uma empresa o que esta está a acontecer naquele preciso momento, ele terá grande dificuldade em responder, já que as empresas não possuem uma comunicação baseada num verdadeiro, ágil e assertivo registo do trabalho que se está a desenvolver.

Em países onde o desemprego é extramente elevado parece quase desumano propor substituição de trabalho manual. No entanto, a transformação digital cria novas oportunidades que vão desde funções complexas que exigem uma maior formação académica até posições técnicas igualmente exigentes com entradas mais rápida no mercado de trabalho.

A expectativa é que esta transformação digital represente uma verdadeiramente revolução na educação.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

IYPT2019 (2019 Ano Internacional da Tabela Periódica)



IYPT2019 (Ano Internacional da Tabela Periódica)
A Tabela Periódica dos Elementos Químicos é uma das conquistas mais significativas da ciência, captando a essência não só da Química, mas também da Fisica e da Biologia.
É uma ferramenta única, permitindo aos cientistas preverem a aparência e as propriedades da matéria na Terra e no Universo.
Em 2019 comemora-se o 150º aniversário desde que Dmitry Mendeleev descobriu a Tabela Periódico e foi proclamado o "Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos" (IYPT2019).


A iniciativa do IYPT2019 é apoiada pela IUPAC em parceria com a União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP), Associação Européia para Ciência Química e Molecular (EuCheMS), Conselho Internacional para Ciência (ICSU), União Astronômica Internacional (IAU), e a União Internacional de História e Filosofia da Ciência e Tecnologia (IUHPS). 
Tendo sido apoiada por numerosas organizações de mais de 50 países em todo o mundo.
Em todo o mundo as celebrações ocorrerão em 2019. Descubra a beleza da Tabela Periódica.
O 258Science terá diversas iniciativas ao longo deste ano de divulgação da Tabela Periódica e do seu impacto na Ciência.

Bom ano novo!



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Dia de Fibonacci



O dia 23 de Novembro é celebrado como o dia de Fibonacci porque quando a data é escrita neste formato (11/23), os dígitos da mesma formam uma sequência de Fibonacci: 1,1,2,3. 

Uma sequência de Fibonacci é uma série de números em que um número é o resultado da soma dos dois números anteriores. Por exemplo: 1, 1, 2, 3 ... é uma sequência de Fibonacci onde, 2 é igual à soma dos dois números anteriores (1 + 1) e 3 é igual à soma dos dois números anteriores (1 + 2).

A sequência de Fibonacci responde ao desafio de Leonardo de Pisa sobre o desenvolvimento de uma população de coelhos, colocado no livro “Liber Abaci” (Livro de Cálculos). O
 desafio é o seguinte: se há um casal de recém-nascidos – macho e fêmea – eles são capazes de se reproduzir e gerar outro par de coelhos no segundo mês de vida. Qual a quantidade de pares de coelhos que vão existir depois de um ano? 

A modelação da natureza sempre apaixonou muitos cientistas. A sequência de Fibonacci surge em muitos fenómenos – pétalas em flores, o ordenamento das folhas nas plantas, a concha do Nautilus, a molécula de ADN, as ondas e até os furacões mostram padrões que correspondem à sequência. 


Existe alguma relação entre a sequência de Fibonacci e a razão de ouro?


A proporção áurea ou razão de ouro é uma constante real algébrica irracional, resultado da divisão de um segmento de recta em dois segmentos (a e b), sendo que quando a soma desses segmentos é dividida pela parte mais longa o resultado obtido é de aproximadamente 1.61803398875 a este valor é chamado número de ouro. 



A relação entre a razão de ouro e a sequência de Fibonacci, vem do facto que numa sequência infinita de Fibonnaci a divisão dos seus termos aproxima-se do número 1,6180 – o número de ouro. 


A Natureza nunca pára de nos surpreender…

domingo, 21 de outubro de 2018

Quando os primos são a nossa segurança...


Um grande desafio! 
Quais os números naturais que se podem escrever como produto de dois factores apenas de uma maneira (a menos da ordem dos factores)? 
A expressão "a menos da ordem dos factores" significa que a ordem dos factores não interessa. Por exemplo, 6×3 e 3×6 contam como uma única maneira de escrever 18 como produto de dois factores.

O número 12 temos três formas distintas: 12=1×12 ou 12=2×6 ou 12=3×4. Portanto, 12 não pertence à solução do problema proposto, mas o número 13 sim! Tem apenas uma forma: 13=1×13. Este faz parte da solução do problema. 

Os números que, à semelhança do 13, que se podem escrever como o produto de dois factores apenas de uma forma, a menos da ordem dos factores, e com factores diferentes, dizem-se números primos. Por exemplo, 1 não é primo porque a única forma de escrever 1 é como produto de dois factores iguais: 1=1×1. Note-se que, como o 1 é divisor de qualquer número, um desses divisores será necessariamente o número 1. Além disso, qualquer número é divisível por si próprio, pelo que o outro divisor de um número primo terá de ser o próprio número. Assim, podemos afirmar que um número primo admite apenas como divisores o 1 e o próprio número.

No inicio deste ano o Jornal El País destaca uma noticia com o título "Descoberto o maior número primo, com 23 milhões de dígitos" e pode ler-se que foi Jonathan Pace, um engenheiro norte-americano, que descobriu o maior número primo conhecido até a data, com mais de 23 milhões de dígitos. 

Além da definição de número de número primo, uma outra importante característica é que qualquer número inteiro pode ser decomposto como o produto de números primos. Por exemplo, 12 é decomposto em 3 x 2 x 2 todos primos.

O número agora encontrado encontrado pertence a uma família especial de números primos, os primos de Mersenne, que obedecem à forma 2^n - 1. Por exemplo, 2^2 - 1 = 3, então 3 é o primeiro primo de Mersenne. No ano de 1588, o Matemático Pietro Cataldi mostrou que 2^17 - 1 = 131.071, e ficou registado como o maior primo de Mersenne até então.

Em todos esses séculos, a humanidade só encontrou 49 primos desta família. Aquele detectado agora por Pace é o quinquagésimo. É obtido com a fórmula 2^(77.232.917) - 1 e tem 23.249.425 dígitos, quase um milhão a mais que o recorde anterior, obtido há dois anos.

A busca por estes números primos gigantes não é mero passatempo, muito da nossa vida depende destes números. O algoritmo criptográfico RSA(1), usado para garantir a segurança da troca de informações na Internet baseia-se nessa decomposição de números inteiros em números primos. Quanto maiores forem estes números mais difícil será descodificar este código. As transacções comerciais efectuada pela Internet e a privacidade das comunicações dependem em parte dos números primos.

Jonathan Pace trabalha para a empresa FedEx e é um dos milhares de voluntários do GIMPS - Great Internet Mersenne Prime Search (https://www.mersenne.org/), um projeto colaborativo para procurar números primos de Mersenne pela Internet, por meio de um programa gratuito desenvolvido pelos cientistas da computação George Woltman, Scott Kurowski e Aaron Blosser. Pace manteve o seu computador pessoal com um processador Intel i5-6600 a trabalhar durante seis dias sem parar para provar que 277.232.917 - 1 é um número primo. Receberá uma recompensa de 3.000 dólares. A Electronic Frontier Foundation (https://www.eff.org/) oferece 150.000 dólares para a primeira pessoa que encontrar um número primo com 100 milhões de dígitos.

Aqui está um excelente desafio. 

(1) RSA is one of the first public-key cryptosystems and is widely used for secure data transmission. In such a cryptosystem, the encryption key is public and it is different from the decryption key which is kept secret.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Começaram hoje as CNC2018


As questões do insucesso escolar, em particular nas disciplinas de Ciências Naturais e Matemática, estão na ordem do dia, conhecer as suas causas e encontrar formas de as combater é uma prioridade para todos os professores e investigadores em todos os graus de ensino.
De hoje até dia 6 de Setembro milhares de alunos competem nas CNC2018

Jogar para aprender

Nas Competições Nacionais de Ciência (CNC), exploram-se as áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) de forma lúdica, o que torna as disciplinas mais atraentes, permitindo formar alunos participativos, críticos e confiantes no modo como lidam com estas matérias.

A exigência, e a preocupação com a inclusão de todos os alunos, a criação de uma mentalidade que valorize o esforço e respeite os ritmos de aprendizagem dos alunos são os objectivos que estão por detrás desta competição, permitindo uma aprendizagem mais atractiva e interactiva das matérias leccionadas.

A história das CNC confunde-se com a história do Ministério da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, que desde 2003, dinamiza esta forma de aprender. São muitos anos e durante todos estes anos, apenas com ligeiros interregnos, as EquaMat estiveram no ar!

Também se pretende difundir o uso da Internet como ferramenta de aprendizagem e a utilização dos meios de comunicação disponíveis, já que agora todos devem usar o e-mail para aceder à plataforma edumoz.net, que é uma plataforma informática que suporta as Competições Nacionais de Ciência em Moçambique.

Esta é uma iniciativa da Osuwela, com o apoio do Programa Cientista Moçambicano do Amanhã do Ministério da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional e do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, financiada pelo Banco Mundial.

Ver tudo neste sítio 
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A EquaMat@moz nasceu em 2003, em Moçambique, por iniciativa do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro e é uma competição nacional de Matemática que utiliza as ferramentas informáticas existentes e adapta os conteúdos ao programa escolar moçambicano.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Bienal STEM+L Abertura


Esta bienal que agora se inicia representa um acto de coragem perante o quanto é difícil trabalhar em Ciência. Este evento, não tem pastas, canetas, flash drives, não estamos num hotel bonito, nem num lugar paradisíaco de Moçambique, estamos numa sala de aula igual a tantas outras pelo mundo fora ... mas temos professores das províncias de Moçambique que vieram assistir, pagos pela organização, ninguém paga inscrição para aqui falar ou assistir. Não temos tradução simultânea por que nos entendemos nas nossas línguas que descendem da língua portuguesa.

Esta é a nossa forma de estar na educação e na ciência.

Se a ciência é um dos maiores empreendimentos da humanidade, então que seja acessível a todos! Queremos que esta bienal se torne uma plataforma de dialogo permanente e que dela brotem projectos extraordinários, inspiradores e sustentáveis.

Estamos aqui discutir vários projectos de STEM e do Ensino da Língua enquanto lá fora decorrem  competições de robótica e a feira de ciências. Quisemos que assim fosse!

Um evento conjunto, partilhado (organizado pela Osuwela, o MCTESTP e a UP, patrocinado pelo Porto de Maputo, pela UPI e STEM4all) e que nos permite observar uma dinâmica transformadora das nossas visões sobre a educação, a ciência e a tecnologia.

Queremo-nos entender melhor, tomar melhores decisões, perceber como são resolvidos os desafios noutras paragens. Como diz Marylin von Savant 'para se aprender tem que estudar, para ser sábio tem que se observar'

A ciência, que faz parte da cultura, não é tratada da mesma forma. Parece um parente mais pobre. Aceitamos sem discussão que se criem centros culturais, mas discutimos horas a fio a utilidade de um centro de ciência. Os professores das escolas que trabalham em Ciência, fora do seu horário lectivo, nada recebem por isso, contrariamente aos que trabalham em desporto e noutras actividades culturais.

Não se iludam, os problemas de hoje na educação não são só a falta de gosto pela matemática ou pelas ciências naturais, que resultam tanto da falta do ensino experimental das ciências e de trabalho de campo, como da falta de gosto na leitura de um livro de aventuras ou de um livro de poesia.

Tudo isto nos faz pensar no modelo que pretendemos para a educação e para a ciência em Moçambique. Mas 'pensar é como andar à chuva... incomoda!", quem o disse foi Fernando Pessoa.
Queremos alunos que pensem, que aprendam a aprender e que saibam resolver problemas. Ajudem-nos a construir um novo modelo, o nosso modelo, para a nossa educação e ciência.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

IV Bienal STEM+L


21, 22 e 23 de Agosto de 2018
Anfiteatro da Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
Universidade Pedagógica
A Bienal STEM+L – aprendizagem da Ciência, Tecnologias, Engenharia e Matemática, na Língua em que nos une, pretende ser um espaço de encontro de educadores, cientistas, decisores políticos e da comunidade em geral, atentos à importância da Educação, em particular da Ciência, Engenharia, Tecnologia e Matemática, sem descurar as questões essenciais da Língua, para o Desenvolvimento.
As temáticas escolhidas para esta iniciativa são de inquestionável centralidade, desde logo por constituírem áreas basilares do conhecimento e do desenvolvimento intelectual e social; e de uma grande actualidade, pelo facto de se terem tornado alvo da opinião pública e dos media, num momento em que se questionam as aprendizagens dos estudantes e a qualidade e a exigência do ensino que lhes é oferecido.
É por isso da maior acutilância académica e relevo social a sua realização com o objectivo de discutir plataformas que sustentem novos ambientes de aprendizagem e suas aplicações, que permitam explorar, de forma inovadora e partilhada em rede, o potencial pedagógico e didáctico da tecnologia, com vista a melhorar o processo de ensino-aprendizagem nos diferentes países.
Objectivo Geral
A Bienal tem por objectivo global contribuir para o desenvolvimento de competências dos docentes no ensino e na aprendizagem de STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e na Língua , reforçando a coesão, a cooperação e o intercâmbio de experiências dos docentes oriundos dos vários países e diferentes realidades.
O recurso às novas tecnologias de comunicação, o acesso a novas formas de informação e colaboração à distância são uma oportunidade que, cada vez mais, se coloca aos agentes de ensino, independentemente do espaço geográfico em que se encontram, sendo necessário avaliar e definir estratégias que deem resposta a esta nova realidade por forma a aproveitarmos, todos, as virtualidades destas tecnologias.
Este evento pretende também envolver os agentes de ensino nesta realidade, desenvolvendo-lhes competências que propiciem o acesso e o uso das novas ferramentas de comunicação e informação.
Deste modo, a Bienal STEM+L, constitui-se como um veículo de partilha de experiências e com vista à melhoria da qualidade do sistema de ensino e de aprendizagem, construindo pontes entre profissionais e instituições dos diversos países presentes.
Aspectos fundamentais
  • Discussão com vista a uma melhoria do ensino das áreas de STEM, sem descurar a Língua de Comunicação.
  • Desenvolvimento de estratégias que reforcem os aspectos técnicos e pedagógicos do ensino/aprendizagem, a inovação, as redes de aprendizagem e as comunidades virtuais.
  • Aquisição de uma visão global do estado da arte, bem como promoção da discussão em torno do potencial pedagógico e didáctico da tecnologia para uma melhor aprendizagem das Ciências e da Língua.
  • Promoção e divulgação do conhecimento científico e estreitamento de laços entre profissionais e instituições dos vários países participantes.
E como a Ciência é para todos e todos devem ter oportunidade de participar a entrada é livre.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Eu, robô!


O termo robótica refere-se ao estudo e à utilização de robôs. O termo foi introduzido pelo cientista Isaac Asimov. Este escreveu sobre um conjunto de ciências e ficou célebre pelos seus trabalhos de ficção científica, sendo "I, Robot", em 1950, e "The Foundation Trilogy", em 1951-52, alguns dos seus melhores trabalhos. 


A palavra robótica foi usada pela primeira vez no "Runaround", uma pequena história publicada em 1942, onde é afirmado como provável que um dia os robôs venham a ter inteligência.

A robótica tem como objectivo a automatização de tarefas rotineiras (ou não) que podem ser descritas por um algoritmo num programa de computador.

De uma forma simples, um robô é uma máquina capaz de tomar acções independentes e realizar tarefas de forma autónoma. Sendo por isso vulgar chamar-se autómato a todo o tipo de robô, tentando generalizar um nome que teve a sua origem em bonecos mecânicos altamente sofisticados produzidos no século XVII.

O rápido desenvolvimento da electrónica, da informática e da programação levou-nos às fronteiras da inteligência artificial, que permite que um computador adquira conhecimentos através da sua própria experiência, contudo um robô (ainda) não pode "pensar" como nós.
Os robôs chegam à educação como uma forma de aprendizagem transdisciplinar. São várias as disciplinas que se associam para dar corpo e movimento a um robô, estando agora reunidas no acrónimo CTEM (STEM em inglês) - Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Além de todas as disciplinas a Criatividade e a Imaginação completam todas as ferramentas já referidas.

Vejam o vídeo seguinte onde os actores são alunos e professores dos muitos que hoje trabalham em robótica nas escolas de todo o país.