A toda a hora somos confrontados com os termos empreendedorismo, inovação, tecnologia, desenvolvimento, ciência, em diversos meios de comunicação social. Torna-se importante perceber como surgem e porque surgem estes temas na linguagem dos média. Mais importante ainda é perceber qual o papel, conteúdo e importância dos mesmos no dia-a-dia.
A Revolução Industrial teve início em Inglaterra, entre 1760 e 1860, e foi marcada por um grande avanço tecnológico nos transportes, nas máquinas e obviamente na forma de produzir. Mais tarde, de 1860 a 1900, dá-se a expansão industrial em vários países e inicia-se a utilização de novas formas de energia eléctrica e energia derivada do petróleo. Mas foi a partir de 1900, que a revolução industrial atingiu os domínios da automação, robótica e se dão os primeiros passos na engenharia genética. A ciência, cujo crescimento está ligado de alguma forma à tecnologia atinge um grande desenvolvimento no século XVI, com o aparecimento do microscópio óptico. Desde modo a revolução industrial apresenta uma evolução inseparável da sua aplicação ao mundo desenvolvido. Desde o século XIX que a investigação científica e a tecnologia estão cada vez mais unidas e organizadas socialmente e, a partir do século XX, tornaram-se industrializadas e olhadas de um modo empresarial – nascendo aqui a base dos empreendedores de hoje aqueles que ousam inovar e correr riscos.
As políticas para a promoção da ciência e tecnologia (C&T) têm hoje avultados investimento em Ciência e atingem verticalmente todo o sector da Educação – desde a escola primária, às unidades de pesquisa e desde as Universidades até às empresas. Um exemplo clássico, referido assim em muita literatura, é o que aconteceu nos Estados Unidos após o lançamento do Sputnik, em 1957 – onde o investimento em Ciência e Tenologia foi estrondoso. Após este facto os avanços relevantes em termos de ciência e tecnologia surgem como medida de avaliação do desenvolvimento das nações no mundo.
Este abraço entre Ciência e Tecnologia comporta alguns desafios e a necessidade de criar cidadãos bem informados.
Tome-se como exemplo a biotecnologia. Esta é usada para produzir, modificar produtos para uso específico e tem sido aplicada na produção de alimentos, produtos químicos, bebidas e outros produtos dos quais colhemos o benefício em muitas áreas incluindo nutrição e cuidados sanitários desde há centenas de anos. Hoje a biotecnologia tem muitas mais áreas, por exemplo na saúde, na agricultura e nas pescas onde o seu impacto é enorme. No entanto se abrirmos um jornal facilmente encontramos referências: ao SIDA, ao aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos, a novas armas biológicas, reciclagem, poluição, novos progressos e esperanças (tratamento de cancros, envelhecimento com qualidade de vida, tratamentos de doenças. Mas também de novos dilemas éticos como por exemplo a clonagem humana, também eles resultantes do avanço da Biotecnologia. Na verdade este é um confronto da ciência e tecnologia com a sociedade e que nos levanta muitas questões que têm influenciado a própria condição do homem.
O papel da Escola e os desafios constantes da Ciência.
Na Escola concretiza-se o direito à educação e esta tem uma origem dupla: alimentar… e conduzir para… Deste modo a educação resulta da preocupação de alimentar o aluno com conhecimentos e dar-lhe todas as ferramentas para o desenvolvimento das suas capacidades. Alimentar o aluno, isoladamente, é apenas ensinar o que reduz a educação a uma função instrumental de transmissão do conhecimento. Sendo que dar-lhe todas as ferramentas para o desenvolvimento das suas capacidades torna-se fundamental na educação – onde o principal objectivo é o desenvolvimento global da personalidade do aluno.
Neste Mundo em que vivemos os conhecimentos são substituídos por outros rapidamente e tudo muda à nossa volta de igual forma vertiginosa e a escola deve preparar a maioria dos seus alunos com os requisitos mínimos para uma inserção rápida no mercado de trabalho. Em suma tem de criar ou estimular o poder de reflexão e de crítica aliada a uma grande flexibilidade de raciocínio adaptado a novas situações.
O ensino das ciências tem que promover a construção e o aprofundamento do conhecimento científico para o desenvolvimento de competências que permitam o exercício da crítica, reflexão e entender a importância da Ciência hoje em dia, na qualidade de vida e na organização da sociedade.
A necessidade de ter uma verdadeira literacia científica, associada a um ensino das ciências capaz, vai permitir uma maior aquisição de conhecimento científico e a sua aplicação desse conhecimento em situações reais. É este o caminho para a promoção da participação activa na sociedade, através da discussão dos grandes desafios e questões levantadas pelo avanço das ciências e da tecnologia.
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