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quinta-feira, 19 de abril de 2018

Comunicar Ciência: porquê, para quê e para quem?


O Mundo está diferente. Nunca em outro momento, o nosso planeta sustentou 7 mil milhões de pessoas. O Professor Doutor Nuno Empadinhas, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, descreveu este facto, no World Health Summit Regional Meeting 2018, em Coimbra, como um dos factores  que contribui para uma tempestade perfeita.  





Esta tempestade tem vários pontos de vista. Hoje, vou apenas focar a tempestade do ponto de vista da Saúde e dos problemas associados. Não obstante os esforços feitos para combater doenças tais como a Malária, Tuberculose e o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), a verdade é que o número de pessoas afectadas nos países africanos não pára de aumentar. Este facto leva-nos a pensar que algo na estratégia adoptada até agora está a ser insuficiente. 


Em Moçambique, a Malária, as doenças respiratórias, o VIH/SIDA, e a diarreia, são exemplos das doenças que atingem fortemente a população. Pegando no caso específico do VIH, 29 milhões de pessoas estão infectadas. A prevalência nacional de VIH está estimada em cerca de 13%. Este facto contribuiu por um lado para a redução da esperança média de vida para 55 anos, e por outro lado, contribuiu para o aparecimento de 2 milhões de órfãos, dos quais 900.000 são filhos de pais com SIDA. Apesar deste cenário pouco animador, foram feitos progressos. Em Março de 2016, Moçambique iniciou o tratamento para todos os pacientes com níveis de CD4 <500, e implantou medidas que permitem aos pacientes uma maior flexibilidade no tratamento, muitas vezes dificultado pelas longas distâncias que os pacientes têm de percorrer para receber o dito tratamento. Contudo, estas medidas (ainda bem que existem!!) são dirigidas a um problema já instalado. Teremos de fazer um esforço bem maior para PREVENIR estas doenças, e é aqui que a Comunicação de Ciência pode e deve ter um papel preponderante, reforçando o processo educativo dos indivíduos. 



Assim, urge a necessidade comunicar a Ciência associada à prevenção e ao tratamento destas doenças, e traduzir as descobertas feitas pelos cientistas, para que a população em geral, e não apenas nichos de população, possa ser esclarecida. É aqui, neste processo de comunicação/educação, que reside o verdadeiro desafio, uma vez que, por vezes não é fácil traduzir para uma linguagem corrente as descobertas feitas. Mas esse é o caminho, se queremos um maior impacto das medidas aplicadas em cada país! Temos de agir a montante do problema, e para isso tem de ser feito um esforço para educar a população, disponibilizando-lhe informação cientificamente correcta, mas apresentada de uma forma suficientemente simples para que até o cidadão menos letrado possa entender o que está a ser transmitido. 

Se não conseguirmos chamar a atenção, e acima de tudo manter essa atenção, da população para problemas que directamente a afecta, pouco sucesso terão as medidas tomadas no combate às doenças. Todos reconhecemos a impossibilidade de abarcar toda a população, ou todos os seus problemas. Regressemos então à base, e foquemo-nos na Educação.


Fig 2. Guerret Macnamara, na Nazaré, Portugal


Apesar de termos reunidas condições para uma tempestade perfeita, esperamos ter também reunidos um grupo de "surfistas" que nos ajudarão a ultrapassá-la!

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Química sem laboratório



Não é todos os dias que assistimos ao lançamento de um livro sobre Comunicação de Ciência em Moçambique. O livro Química Sem Laboratório da autoria de Tatiana Kuleshova e Filomena Neves Silva, editado pela Texto Editores, começa a fazer o seu caminho no difícil mercado de Moçambique.

Na verdade trata-se não de um, mas de dois livros - um para a professor e outro para o aluno. A ideia começou com a divulgação de resultados de experiências de Química usando material local realizadas no Departamento de Química na Universidade Pedagógica - Delegação  da Beira e publicadas no Jornal Diário de Moçambique. 

Neste Jornal foram publicadas experiências de química sobre a observação de fenómenos, tais como, a electrolise, extracto de plantas  como indicadores ácido-base, ...

O Diário de Moçambique, publicou entre os anos 1999-2000, estas experiências com o título - Ajuda ao Professor. Os artigos publicados despertaram grande interesse nos professores da Província Sofala. Estes começaram a reproduzir as experiências em sala de aulas da disciplina de Química explorando os materiais que tinham em casa, já que não tinham reagentes químicos ou mesmo um laboratório de Química.

Em 2003, a autora começa a trabalhar na Universidade Eduardo Mondlane no Departamento de Química e inicia um trabalho mais didáctico com as escolas da Cidade de Maputo, os professores reagiram com o mesmo entusiasmo. 

Mais tarde surge a ideia de escrever os dois livros: um livro para aluno, onde estão descritas as experiências e colocadas as perguntas e o livro do professor, onde além das  experiências surgem também as respostas.

É um livro que pode ser usado por todos! Dentro e fora da sala de aula!
Experimentem!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Sentir.com - o que pensa da Exposição?

Está on-line a primeira entrevista feita a partir da exposição Sentir.com - Museu de História Natural.

O que pensa da Exposição?




Um trabalho da Eunice Combane - UPI

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

SENTIR.COM - Exposição interactiva C&T











Composta por dez módulos interactivos que, num conjunto coerente!e de forma apelativa e lúdica, permitem a familiarização com os fundamentos científicos de várias formas de comunicar, em relação com os 5 sentidos.

Uma exposição interactiva itinerante que se destina ao público escolar, mas está também adequada ao público adulto, fomentando o diálogo à volta da Ciência.
Pode visitar a Exposição no Museu de História Natural, Maputo, Moçambique.

Comunicação visual
  1. Módulo em que se explora a emissão e a detecção de radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhos, em relação com todo o espectro electromagnético. Efeitos de luz polarizada, na gama do visível. Relações tecnológicas com a transmissão electromagnética dos nossos dias e com a comunicação visual no mundo animal.
  2. Módulo em que se usam filtros, em relação com o fenómeno da cor e com a visão quer no homem quer noutros animais.
  3. Módulo em que se usam lentes e olhos simulados, numa introdução à física e fisiologia da imagem nos olhos dos vertebrados e noutros animais. Defeitos de visão, máquina fotográfica e outras aplicações.
Comunicação sonora
  1. Módulo sobre a natureza dos sons, infra sons e ultrasons, em estreita relação com a comunicação entre animais. Relações tecnológicas.
  2. Módulo sobre as relações entre a música e a matemática, duas linguagens universais.
  3. Módulo em que se usa um ouvido simulado, numa introdução à fisiologia da audição nos humanos e noutros seres. O meio material e a transmissão do som.
Comunicação táctil
  1. Módulo sobre sensações tácteis em geral, incluindo a sensação de dor e as sensações de frio e quente.
  2. Módulo sobre o código de Braille e relações com outros códigos de comunicação, em especial o código binário e suas aplicações tecnológicas.
Comunicação química
  1. Módulo sobre a química e a biologia do cheiro nos humanos. Relações com comunicação e orientação noutros animais. Percepção de riscos.
  2. Módulo sobre o gosto, com identificação de sabores e interacção com o sentido do olfacto.
... com Soraia Amaro.

sexta-feira, 3 de março de 2017

EducaTV

O que é? 

O educaTV é um sistema de apoio ao sector educativo, dedicado às áreas que apresentam maiores dificuldades de leccionação, para os docentes, e de aprendizagem, para os alunos: a Matemática e as Ciências Experimentais. Através da televisão – e do parceiro privilegiado, a TVM – estes conteúdos são replicados a nível nacional, chegando mais e mais longe.
Esta é uma aposta na melhoria do ensino das Ciências, que procura ajudar a inverter o actual abandono dos cursos e profissões de Ciência que compromete o desenvolvimento futuro de Moçambique e é, em simultâneo, uma aposta na formação de uma população e de um país mais atento às questões de base ceintífica.

OBJECTIVO 1

A produção de material didático audiovisual de Ciências Naturais e Matemática visa a melhoria do processo de aprendizagem das disciplinas de Ciências Naturais (Biologia, Física e Química) e Matemática, de acordo com o currículo do Ensino Secundário Geral.
Visa também melhorar a capacidade de professores e alunos fazerem uso do material didáctico existente nos laboratórios escolares e, assim, melhorar a sua relação com as disciplinas de carácter laboratorial.
Assim, é o objectivo primário do educaTV, através de aulas experimentais em formato audiovisual, acompanhadas por textos de suporte e actividades, apoiar o ensino das Ciências em Moçambique.
Através do envio de DVDs e material de apoio para as escolas do Ensino Secundário Geral, o educaTV contribui para melhorar a formação dos docentes no uso do material de laboratório, na dinamização de actividades experimentais e, de um modo geral, na sua abordagem ao ensino das Ciências, consciente de que este ensino deve ser eminentemente prático.
Ao mesmo tempo, estará a contribuir para melhorar, de forma global, a aprendizagem dos alunos nestas matérias, o seu envolvimento nas áreas científicas e a sua apetência pelas profissões de Ciência.
Ao ser transmitido na televisão e podendo ser visto fora da escola, na família, na comunidade, o educatv contribui ainda para a dignificação do professor, reforçando o seu papel junto das famílias. Ao mesmo tempo, ele cria uma base de referência para pais e encarregados de educação, que poderão assim comparar o trabalho que está a ser realizado com os seus educandos com aquilo que é possível fazer com material simples, e demandar melhorias nesse sentido.

 OBJECTIVO 2

Mas este projecto cumpre uma função mais abrangente, que vai para além do seu espaço em sala de aula. O projecto educaTV é um poderoso instrumento de Comunicação de Ciência, que descomplica o que à partida parece difícil e prova aos jovens que as Ciências não são um bicho-papão. O educaTV desmistifica a Ciência, traduzindo-a através de conceitos do dia-a-dia que facilitam a identificação dos espectadores com as temáticas abordadas.
 A escolha do meio audiovisual justifica-se pelo seu carácter dinâmico, cujas possibilidades permitem criar conteúdos criativos, atractivos para professores e alunos. A sua difusão na televisão pública, em canal aberto, é uma mais-valia no cumprimento do objectivo de levar estas aulas a todos os pontos do país.

A aposta na TVM multiplica o nosso público-alvo por largos milhões de espectadores. Através de um canal público, chegamos mais longe – a educação de ciência chega mais longe.

 Porque é que isto é importante?

Avaliando o contexto do ensino em Moçambique e os números referentes ao acesso ao Ensino Superior, somos confrontados com uma profunda diferença entre os alunos que escolhem cursos superiores na área das Ciências Sociais e os alunos que enveredam por cursos de base científica e matemática. Oitenta por cento dos alunos que acede ao Ensino Superior opta por cursos de Letras e Ciências Sociais.
Como consequência desta opção, Moçambique não forma Engenheiros e outros profissionais de base científica em número suficiente para dar resposta às necessidades do país. E se isto é visível hoje, com o desenvolvimento dos grandes projectos e das áreas de crescimento já identificadas este gap irá intensificar-se, continuando a traduzir-se numa necessidade cada vez maior de importar ao estrangeiro trabalhadores qualificados para responder à demanda.
 A Comunicação de Ciência cumpre aqui um papel de grande importância. Se queremos convencer os jovens de que a Ciência pode ser interessante, de que a Matemática pode ser útil no dia-a-dia, temos de falar a sua língua. A Comunicação de Ciência aproxima os jovens, ou mesmo o público em geral, dos conteúdos científicos, fazendo a “tradução” destes para uma linguagem acessível a todos.
A somar a isto, temos a necessidade de criar conteúdos que sejam visualmente atractivos, dinâmicos, que prendam a atenção do espectador e despertem nele curiosidade para saber mais. Ora, conteúdos que pretendem ser aliciantes e, ao mesmo tempo, científicamente correctos, implicam uma produção com cuidados redobrados, tanto do ponto de vista audiovisual como do ponto de vista da verificação científica.
 Mas esta democratização do acesso à Ciência tem uma outra função: ao ajudarmos a criar na população em geral uma maior consciência científica e o acesso a ensinamentos de base científica, estamos a contribuir para, aos poucos, mudar algumas das crenças que atrasam os processos de desenvolvimento. Estas crenças são visíveis em áreas muito diversas, desde a saúde às práticas agrícolas ou à meteorologia, e sobrepõem-se muitas vezes a qualquer explicação que possa ser dada.
Quando a televisão mostra, quando pessoas comuns podem debater os temas, estes ganham outra visibilidade e outra proximidade. Podemos ter uma população mais esclarecida, que não acredite que o facto de não chover há meses se deve “ao velho que amarrou a chuva”...
 Destacamos ainda uma outra dimensão do impacto da Comunicação de Ciência: o empoderamento das meninas. Também aqui é importante garantir que as meninas estão cada vez mais atentas, mais informadas, menos crentes em histórias que não têm fundamento científico e muitas vezes colocam em risco a sua saúde e a sua segurança. E também que têm acesso às melhores opções de ensino e de futuro.

 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE

Quando comunicamos ciência, o rigor não é opcional. É fundamental conseguir traduzir a linguagem científica de uma forma que os jovens e os cidadãos comuns compreendam, mas tal não implica colocar de lado o rigor científico. Pelo contrário, trata-se de traduzir este rigor científico por matérias do quotidiano de todos nós.
Este cuidado redobrado na abordagem de conteúdos científicos implica tempo. E uma equipa com experiência e sensibilidade para esta temática, capaz de transformar matérias científicas em atractivos conteúdos de televisão.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

SENTIR.MZ

A Ciência e os cinco Sentidos
Dez módulos interactivos de cores fortes, construídos e materiais plásticos e fibra de vidro que, num conjunto coerente e de forma apelativa e lúdica, permitem a familiarização com os fundamentos científicos de várias formas de comunicar, em relação com os 5 sentidos.

Uma exposição interactiva que toca, simultaneamente, o público escolar de todas as idades e o público adulto, fomentando a aprendizagem da Ciência.

Brevemente no Museu de História Natural em Maputo.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Geração 2030

Este programa foi batizado de “Geração 2030”, por ter como principais destinatários os jovens de hoje e incentivá-los a tornarem-se os cientistas de 2030. 
O objetivo passa por estabelecer uma relação de proximidade entre os jovens e a ciência, criando neles um interesse pelas matérias transmitidas e preparando-os para serem os cientistas do futuro.É objetivo deste programa, que se enquadra também no trabalho realizado pelo Pensas no âmbito da cooperação, conseguir criar pontos de contacto entre a ciência e os jovens, em Portugal e Moçambique, usando termos que conheçam e exemplos do dia-a-dia, que façam sentido para quem não tem um conhecimentos prévios na área.


Recorrendo a conteúdos, investigadores e imagens de apoio capazes de despertar o interesse dos jovens alunos em ambos os países, o “Geração 2030” comunica temáticas científicas como algo acessível e excitante, sem comprometer o rigor da matéria veiculada.

Desta forma, os jovens – tal como o público em geral -, deverão possuir uma ideia generalizada do papel da ciência na sociedade. Ao levar a cultura científica para fora das instituições, o “Geração 2030”estará a formar cidadãos esclarecidos e interessados, que poderão, efetivamente, abraçar um futuro ligado à área científica, por compreenderem que a Ciência está no nosso dia-a-dia, ajuda a compreender melhor o nosso Universo e fornece soluções visíveis para problemas reais.
Os programas podem ser vistos em:
Programas da Geração 2030


O programa “Geração 2030” foi apoiado por fundos comunitários, através do Compete – Programa Operacional Fatores de Competitividade, com o objetivo de alargar o âmbito da comunicação de ciência do Pensas@moz ao público em idade escolar.