terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Museu de História Natural e as personagens que nele habitam - Malangatana, Reinata e a cobra



O Museu de História Natural de Maputo, Moçambique, foi fundado em 1913 e ocupou vários locais até se estabelecer, em 1932, no actual edifício neo-manuelino como Museu Dr. Álvaro de Castro. Com a chegada da independência passa à sua actual designação.

Sou um fã deste Museu! É um espaço fantástico! Já não se fazem museus assim com animais empalhados. Agora que já passaram mais de cem anos precisam de restauro urgente.

Sobre este Museu conta-se numa história fantástica. Durante a noite todos estes animais ganham vida e procuram os seus lugares. É o caso do Serpentário, digno representante das aves em Moçambique, que durante o dia está na porta da frente a receber as visitas e à noite vagueia por todo o Museu na procura dos outros da sua espécie. Todos se agitam, correm, saltam e todos sabem que não podem acordar o crocodilo.

Sendo que além dos referidos animais habitam no Museu outras personagens… umas vivas, vivas a sério, e outras vivas nas paredes do Museu. Estranho? Não. Está tudo lá. É preciso percorrer os bem arranjados jardins, com plantas que se dão a conhecer de forma popular e com os pomposos nomes científicos, e encontramos o grande mural do Mestre Malangatana.



Aqui vive o Malangatana. Parte dele, melhor dizendo, já que o restante dele está espalhado em quadros por todo o Mundo. Tenho saudades das conversas com o Mestre.

Mas nem tudo está vivo na memória.

A Reinata está viva-viva! Uma das maiores ceramistas de África. Com mãos de barro faz esculturas fantásticas vindas da sua visão do Mundo. Um Mundo de "homenzinhos orelhudos" que nos desafiam e provocam com as suas mais variadas expressões. Perguntei à Reinata:

- Somos nós? Tenho a certeza que é assim que nos vês!


Não me respondeu, mas tentava agarrar-me com as mãos de barro!

Para terminar a visita ao exterior do Museu vou visitar outro animal vivo-vivo. A cobra.
Esta cobra tem história! Ela foi apanhada nas imediações da cidade e trazida para aqui, as suas amigas empalhadas encontram-se no interior do Museu e só passeiam à noite. Esta está cá fora e conversa com quem pode. Não é fácil falar com ela, as frases são arrastadas e tem aquela ideia permanente, que me incomoda, de abraçar sempre que pode. É uma história longa, de mais de quatro metros, que vos contarei um dia.

Este é uma imagem dos fantásticos seres que habitam o exterior do Museu em Maputo, Moçambique. Ah! Falta visitar a exposição de ciência... Sentir.com. 

Está tudo à vossa espera!

[As ilustrações são retiradas do livro “Perdido no Museu”, de António Batel Anjo e Nuno Negrões, com Ilustrações de Regina Mourisca. As fotos são minhas!]


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