O antigo Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, apostado em
dar um novo impulso a esta organização apresenta o relatório do milénio, “Nós,
os Povos, as Nações Unidas do Século XXI”, que posteriormente, é aprovada pelos
Chefes de Estado e de Governo e que ficou conhecida como a Declaração do
Milénio.
Nesta declaração, um dos temas aborda o “Desenvolvimento e
erradicação da pobreza” e daí surgem os Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio. A ideia era fantástica! Consistia em estabelecer uma parceria entre os
países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, tendo em vista o
desenvolvimento e a eliminação da pobreza.
Os objectivos, que não eram fáceis de alcançar, eram estes:
reduzir a pobreza extrema e a fome; alcançar o ensino primário universal; promover
a igualdade de género e o empoderamento das mulheres; reduzir a mortalidade
infantil; melhorar a saúde materna; combater o VIH/SIDA, a malária e outras
doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e criar uma parceria mundial
para o desenvolvimento. Uma ideia fantástica para todos, mas sobretudo para os
Países mais pobres.
O mundo está cheio de ideias fantásticas, que não deram
resultados! Esta é uma delas.
Só não é de todo verdade, porque acabou por chamar atenção
do Mundo para estes problemas mencionados sob a forma de objectivo, mas para
problemas ainda maiores que todos vamos ter que enfrentar, como, por exemplo,
as questões dos ciclos climáticos que têm tido graves repercussões na vida das
pessoas mais vulneráveis.
Quinze anos passados e a ONU definiu os Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) para atingir, à escala global, até 2030. Este
conjunto de metas tem o nome de Agenda 2030 e é fruto do trabalho conjunto de
governos e cidadãos de todo o mundo. Sendo que agora a ideia é criar um novo Modelo
Global que acabe com a pobreza, que promova a prosperidade e o bem-estar de
todos, que proteja o ambiente e que combata as alterações climáticas.
Parecem metas muito mais difíceis de atingir. Dificilmente
em 2030, todos estes problemas estarão completamente resolvidos ou com soluções
à vista. Esta agenda incluí questões muito importantes,
principalmente em Países Africanos, como o acesso a água limpa, o acesso aos
cuidados de saúde ou o acesso a uma educação de qualidade.
Esta Agenda obriga a ser criativo e encontrar soluções que
sejam escaláveis e que se integrem no Modelo que se pretende criar. Daí que a
Ciência não possa, nem deva ficar de fora desta Agenda.
Entre muitos outros contributos
da Ciência, gostaria de falar no grafeno como uma contribuição para alcançar
algumas destas metas.O grafeno é um novo material que que tem despertado o interesse
nas mais diversas áreas do conhecimento, devido às suas excelentes propriedades
físico-químicas, mecânicas, térmicas, eléctricas e ópticas e que pode ser
utilizado em inúmeras aplicações.
É um material dos mais revolucionários da indústria
tecnológica e promete ser uma verdadeira mais valia para o futuro da
humanidade. Para além de ser flexível, impermeável e transparente, o grafeno
consegue ser mais duro que o aço, mais fino que um fio de cabelo e melhor
condutor de electricidade que o cobre.
O grafeno é constituído por uma camada extremamente fina de
grafite, a mesma que está nos lápis e nos diamantes, com uma organização dos átomos
numa estrutura particular.
São vários problemas do nosso quotidiano em que este
material tem uma enorme vantagem. Os cientistas desenvolveram um filtro
composto por óxido de grafeno que ajuda a filtrar a água do mar. Alguns estudos
afirmam que estes conseguem filtrar químicos, vírus ou qualquer bactéria
presente nos líquidos, conseguindo assim purificar a água.
Na Saúde, onde há milhões de pessoas sem acesso cuidados de
saúde, o grafeno torna-se extremamente importante para substituir partes do
corpo humano que requerem ligações a órgãos ou nervos. No melhor aproveitamento
da energia solar, onde há estudos que apontam o grafeno como uma forma
transformar qualquer plataforma numa fonte de energia eléctrica.
Muitas mais são as respostas que podem ser dadas apenas por
este material, em muitas e diferentes áreas. Mas existem muitas outras
investigações e muitos outros materiais que podem dar uma resposta mais eficaz,
mais barata e mais abrangente e, assim, possibilitar a aproximação das metas da
Agenda 2030.
O grafeno é apenas mais um material fantástico!
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