Vai ser inaugurado em
Évora, Portugal, o supercomputador Oblivion, com desempenho equivalente à
combinação de mais de mil computadores associado ao projecto do maior
radiotelescópio do mundo e disponível também para a comunidade científica e
empresas. Para termos uma ideia a sua performance é equivalente a 1.200 computadores
pessoais a funcionarem em conjunto.
A máquina, instalada
no Data Center da DECSIS, no Parque Industrial e Tecnológico da cidade, vai ser
inaugurada pela Universidade de Évora a 04 de Fevereiro do ano em curso.
O supercomputador é um
investimento próximo de um milhão de euros e será usado entre o ENGAGE SKA
"Enabling Green E-science for the SKA Research Infrastructure”, ligada ao projecto do maior radiotelescópio do mundo, e a comunidade científica e a
empresas no âmbito da Rede Nacional de Computação Avançada. O ENGAGE SKA tem um
financiamento global na ordem dos quatro milhões de euros, atribuído pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A ENGAGE SKA, é um
consórcio liderado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) de Aveiro e com as
universidades de Évora, Aveiro, Porto e Coimbra, Instituto Politécnico de Beja
e Associação RAEGE Açores, é a interface da comunidade científica nacional ao
Square Kilometre Array (SKA).
Como se pode ler em na
site do SKA (https://www.skatelescope.org/) trata-se de um projecto
global a uma escala sem precedentes, envolve cientistas e engenheiros
integrados em mais de 100 instituições de 21 países na preparação da construção
do maior radiotelescópio do mundo, que tem como objectivo observar e mapear o
Universo.
Com uma área de um
milhão de metros quadrados para a recolha de dados através de milhares de
radiotelescópios exigirá avanços radicais em todas as ciências, mas sobretudo
no processamento de dados, na velocidade de computação e na infraestrutura
tecnológica.
O supercomputador em
Évora vai “apoiar no processamento de volumes massivo de dados resultantes de actividades de investigação e inovação desenvolvidas em Portugal e enquadradas
no design, prototipagem e operação” do radiotelescópio SKA e dos “seus
eventuais precursores”.
O computador a ser
inaugurado é capaz de processar 239 milhões de milhões de operações por segundo,
armazenar 1,5 Petabytes de dados (equivalente a 1,5 milhões de Gigabytes)” e
criar simulações numéricas em astrofísica.
Vai permitir fazer
modelos sobre a origem e evolução do universo, das galáxias ou dos planetas e a
radiação emitida a partir do Sol, entre outras coisas, e modelos de novos
materiais, trabalhar o desenho de novos medicamentos ou testar aplicações
paralelas para previsões nas áreas do clima e da agricultura.
Moçambique será um dos países
que receberá diversas antenas a serem colocadas em Manina e Tete e terá uma grande
oportunidade de se aliar a esta comunidade internacional de investigação e
desenvolvimento. Se tal acontecer este será o evento científico, provavelmente
o mais relevante de sempre na história da ciência em Moçambique, que mudará o
ensino, a investigação e a relação com as empresas.
Sem comentários:
Enviar um comentário