sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Supercomputador Oblivion ao serviço do SKA e da Investigação

Vai ser inaugurado em Évora, Portugal, o supercomputador Oblivion, com desempenho equivalente à combinação de mais de mil computadores associado ao projecto do maior radiotelescópio do mundo e disponível também para a comunidade científica e empresas. Para termos uma ideia a sua performance é equivalente a 1.200 computadores pessoais a funcionarem em conjunto.
A máquina, instalada no Data Center da DECSIS, no Parque Industrial e Tecnológico da cidade, vai ser inaugurada pela Universidade de Évora a 04 de Fevereiro do ano em curso.
O supercomputador é um investimento próximo de um milhão de euros e será usado entre o ENGAGE SKA "Enabling Green E-science for the SKA Research Infrastructure”, ligada ao projecto do maior radiotelescópio do mundo, e a comunidade científica e a empresas no âmbito da Rede Nacional de Computação Avançada. O ENGAGE SKA tem um financiamento global na ordem dos quatro milhões de euros, atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A ENGAGE SKA, é um consórcio liderado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) de Aveiro e com as universidades de Évora, Aveiro, Porto e Coimbra, Instituto Politécnico de Beja e Associação RAEGE Açores, é a interface da comunidade científica nacional ao Square Kilometre Array (SKA).
Como se pode ler em na site do SKA (https://www.skatelescope.org/) trata-se de um projecto global a uma escala sem precedentes, envolve cientistas e engenheiros integrados em mais de 100 instituições de 21 países na preparação da construção do maior radiotelescópio do mundo, que tem como objectivo observar e mapear o Universo.
Com uma área de um milhão de metros quadrados para a recolha de dados através de milhares de radiotelescópios exigirá avanços radicais em todas as ciências, mas sobretudo no processamento de dados, na velocidade de computação e na infraestrutura tecnológica.
O supercomputador em Évora vai “apoiar no processamento de volumes massivo de dados resultantes de actividades de investigação e inovação desenvolvidas em Portugal e enquadradas no design, prototipagem e operação” do radiotelescópio SKA e dos “seus eventuais precursores”.
O computador a ser inaugurado é capaz de processar 239 milhões de milhões de operações por segundo, armazenar 1,5 Petabytes de dados (equivalente a 1,5 milhões de Gigabytes)” e criar simulações numéricas em astrofísica.
Vai permitir fazer modelos sobre a origem e evolução do universo, das galáxias ou dos planetas e a radiação emitida a partir do Sol, entre outras coisas, e modelos de novos materiais, trabalhar o desenho de novos medicamentos ou testar aplicações paralelas para previsões nas áreas do clima e da agricultura.
Moçambique será um dos países que receberá diversas antenas a serem colocadas em Manina e Tete e terá uma grande oportunidade de se aliar a esta comunidade internacional de investigação e desenvolvimento. Se tal acontecer este será o evento científico, provavelmente o mais relevante de sempre na história da ciência em Moçambique, que mudará o ensino, a investigação e a relação com as empresas.

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