sexta-feira, 3 de março de 2017

EducaTV

O que é? 

O educaTV é um sistema de apoio ao sector educativo, dedicado às áreas que apresentam maiores dificuldades de leccionação, para os docentes, e de aprendizagem, para os alunos: a Matemática e as Ciências Experimentais. Através da televisão – e do parceiro privilegiado, a TVM – estes conteúdos são replicados a nível nacional, chegando mais e mais longe.
Esta é uma aposta na melhoria do ensino das Ciências, que procura ajudar a inverter o actual abandono dos cursos e profissões de Ciência que compromete o desenvolvimento futuro de Moçambique e é, em simultâneo, uma aposta na formação de uma população e de um país mais atento às questões de base ceintífica.

OBJECTIVO 1

A produção de material didático audiovisual de Ciências Naturais e Matemática visa a melhoria do processo de aprendizagem das disciplinas de Ciências Naturais (Biologia, Física e Química) e Matemática, de acordo com o currículo do Ensino Secundário Geral.
Visa também melhorar a capacidade de professores e alunos fazerem uso do material didáctico existente nos laboratórios escolares e, assim, melhorar a sua relação com as disciplinas de carácter laboratorial.
Assim, é o objectivo primário do educaTV, através de aulas experimentais em formato audiovisual, acompanhadas por textos de suporte e actividades, apoiar o ensino das Ciências em Moçambique.
Através do envio de DVDs e material de apoio para as escolas do Ensino Secundário Geral, o educaTV contribui para melhorar a formação dos docentes no uso do material de laboratório, na dinamização de actividades experimentais e, de um modo geral, na sua abordagem ao ensino das Ciências, consciente de que este ensino deve ser eminentemente prático.
Ao mesmo tempo, estará a contribuir para melhorar, de forma global, a aprendizagem dos alunos nestas matérias, o seu envolvimento nas áreas científicas e a sua apetência pelas profissões de Ciência.
Ao ser transmitido na televisão e podendo ser visto fora da escola, na família, na comunidade, o educatv contribui ainda para a dignificação do professor, reforçando o seu papel junto das famílias. Ao mesmo tempo, ele cria uma base de referência para pais e encarregados de educação, que poderão assim comparar o trabalho que está a ser realizado com os seus educandos com aquilo que é possível fazer com material simples, e demandar melhorias nesse sentido.

 OBJECTIVO 2

Mas este projecto cumpre uma função mais abrangente, que vai para além do seu espaço em sala de aula. O projecto educaTV é um poderoso instrumento de Comunicação de Ciência, que descomplica o que à partida parece difícil e prova aos jovens que as Ciências não são um bicho-papão. O educaTV desmistifica a Ciência, traduzindo-a através de conceitos do dia-a-dia que facilitam a identificação dos espectadores com as temáticas abordadas.
 A escolha do meio audiovisual justifica-se pelo seu carácter dinâmico, cujas possibilidades permitem criar conteúdos criativos, atractivos para professores e alunos. A sua difusão na televisão pública, em canal aberto, é uma mais-valia no cumprimento do objectivo de levar estas aulas a todos os pontos do país.

A aposta na TVM multiplica o nosso público-alvo por largos milhões de espectadores. Através de um canal público, chegamos mais longe – a educação de ciência chega mais longe.

 Porque é que isto é importante?

Avaliando o contexto do ensino em Moçambique e os números referentes ao acesso ao Ensino Superior, somos confrontados com uma profunda diferença entre os alunos que escolhem cursos superiores na área das Ciências Sociais e os alunos que enveredam por cursos de base científica e matemática. Oitenta por cento dos alunos que acede ao Ensino Superior opta por cursos de Letras e Ciências Sociais.
Como consequência desta opção, Moçambique não forma Engenheiros e outros profissionais de base científica em número suficiente para dar resposta às necessidades do país. E se isto é visível hoje, com o desenvolvimento dos grandes projectos e das áreas de crescimento já identificadas este gap irá intensificar-se, continuando a traduzir-se numa necessidade cada vez maior de importar ao estrangeiro trabalhadores qualificados para responder à demanda.
 A Comunicação de Ciência cumpre aqui um papel de grande importância. Se queremos convencer os jovens de que a Ciência pode ser interessante, de que a Matemática pode ser útil no dia-a-dia, temos de falar a sua língua. A Comunicação de Ciência aproxima os jovens, ou mesmo o público em geral, dos conteúdos científicos, fazendo a “tradução” destes para uma linguagem acessível a todos.
A somar a isto, temos a necessidade de criar conteúdos que sejam visualmente atractivos, dinâmicos, que prendam a atenção do espectador e despertem nele curiosidade para saber mais. Ora, conteúdos que pretendem ser aliciantes e, ao mesmo tempo, científicamente correctos, implicam uma produção com cuidados redobrados, tanto do ponto de vista audiovisual como do ponto de vista da verificação científica.
 Mas esta democratização do acesso à Ciência tem uma outra função: ao ajudarmos a criar na população em geral uma maior consciência científica e o acesso a ensinamentos de base científica, estamos a contribuir para, aos poucos, mudar algumas das crenças que atrasam os processos de desenvolvimento. Estas crenças são visíveis em áreas muito diversas, desde a saúde às práticas agrícolas ou à meteorologia, e sobrepõem-se muitas vezes a qualquer explicação que possa ser dada.
Quando a televisão mostra, quando pessoas comuns podem debater os temas, estes ganham outra visibilidade e outra proximidade. Podemos ter uma população mais esclarecida, que não acredite que o facto de não chover há meses se deve “ao velho que amarrou a chuva”...
 Destacamos ainda uma outra dimensão do impacto da Comunicação de Ciência: o empoderamento das meninas. Também aqui é importante garantir que as meninas estão cada vez mais atentas, mais informadas, menos crentes em histórias que não têm fundamento científico e muitas vezes colocam em risco a sua saúde e a sua segurança. E também que têm acesso às melhores opções de ensino e de futuro.

 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE

Quando comunicamos ciência, o rigor não é opcional. É fundamental conseguir traduzir a linguagem científica de uma forma que os jovens e os cidadãos comuns compreendam, mas tal não implica colocar de lado o rigor científico. Pelo contrário, trata-se de traduzir este rigor científico por matérias do quotidiano de todos nós.
Este cuidado redobrado na abordagem de conteúdos científicos implica tempo. E uma equipa com experiência e sensibilidade para esta temática, capaz de transformar matérias científicas em atractivos conteúdos de televisão.

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