quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Srinivasa Ramanujan - nasceu um génio a 22 de Dezembro de 1887


Srinivasa Ramanujan nasceu em 22 de Dezembro de 1887, em Tamil Nadu's Erode, na India, e cedo desenvolveu um gosto pela matemática, dominando a Trigonometria aos doze anos o que lhe deu acesso a uma bolsa de estudos no Government Arts College em Kumbakonam.

Uma história do seu brilhantismo contada por Hardy, seu tutor e um dos maiores matemáticos, quando foi visitá-lo. "Eu havia viajado no táxi número 1729 e comentei que o número me parecia bastante monótono e que esperava que não fosse um presságio desfavorável". "Não", respondeu ele, "é um número muito interessante; é o menor número que pode ser expresso como a soma de dois cubos de duas maneiras diferentes."

Assim, 1729 tornou-se o número Hardy-Ramanujan – definitivamente não é a maior contribuição de Ramanujan, mas talvez aquela que é mais fácil de lembrar.

Ele estudou no Government College em Kumbakonam em 1903, devido à sua antipatia por assuntos não matemáticos, ele reprovou nos exames. Em 1912, Ramanujan começou a trabalhar como escriturário no Madras Port Trust. Rapidamente, o génio matemático foi reconhecido por alguns dos seus colegas e um deles o encaminhou ao professor Hardy, do Trinity College, da Universidade de Cambridge, mais tarde conheceu Hardy em 1913.

Em 1916, Ramanujan publicou vários artigos com a ajuda de Hardy e foi eleito para a London Mathematical Society em 1917. No ano seguinte, foi eleito para a prestigiosa Royal Society por sua pesquisa sobre funções elípticas e teoria dos números e foi o primeiro indiano a ser eleito Fellow do Trinity College.

Apesar de não receber nenhuma formação formal em Matemática pura, Ramanujan fez uma contribuição impactante para a disciplina séries infinitas, frações contínuas, teoria dos números e análise matemática, fez contribuições notáveis como a série hipergeométrica, a série de Riemann, as integrais elípticas, a teoria das séries divergentes e as equações funcionais da função zeta. 

Em 1919, Ramanujan voltou para a Índia e um ano depois, em 26 de abril, faleceu com 32 anos. 

O filme 'The Man Who Knew Infinity', de Robert Kanigel, retrata sua vida e jornada para a fama.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Cem anos de Paulo Freire


O ano que agora termina foi marcado pelo centenário do nascimento de Paulo Freire (1921-97) que passou demasiado despercebido, para tristeza de muitos que vêm nas suas ideias uma forma actual para renovar a Educação.

As ideias de Freire ligadas à pedagogia crítica, espelhadas no livro Pedagogia do Oprimido (1972), uma obra seminal no campo da Educação é um dos livros mais citados nas Ciências Sociais. A inquietude com que se vive este centenário face ao cenário de grande apreensão traçado pelos novos caminhos da Educação, leva a uma necessidade urgente de voltar a olhar a pedagogia de Paulo Freire a fim de questionar, criticar e mudar as práticas que têm causado flagrantes desigualdades. A mudança de Políticas Públicas de Educação é, hoje, flagrantemente urgente. 

A pedagogia de Paulo Freire, com os seus propósitos de emancipação e de libertação, foram sendo reprimidos ao longo destes últimos anos sob uma ideia avassaladora de globalização da educação e reduzidas a meros instrumentos económicos.

Cem anos depois, as ideias de Freire são cada vez mais relevantes num Mundo empolgado pelo progresso tecnológico e científico, mas que não consegue combater as desigualdades e que falhou nos domínios social, cultural e político. Não só não consegue combater as desigualdades como as agravou e, hoje a ciência e a tecnologia, são os principais factores de desigualdade norte-sul. O elevador social que a Escola deveria permitir falhou de forma desastrosa e hoje assiste-se a um desinteresse e a uma gritante falta de relevância da educação como factor transformador da sociedade.

A Educação não é uma solução mágica com resultados rápidospara todas as disfunções sociais, culturais e políticas que fomos criando ao longo dos anos. Esta solução mágica só existe na mentalidade e nos discursos das grandes organizações internacionais. Enfrentamos, hoje, uma enorme corrosão social pela privação dos direitos dos alunos à aprendizagem e, em geral, das populações ao desenvolvimento.

A Educação não pode ser uma solução isolada, embora esta forneça uma possível base de liberdade, de discussão, de pensamento e de democracia, os resultados são imprevisíveis. O impacto do trabalho dos educadores, ao facilitar uma mudança na mentalidade dos alunos, pode ser sempre inquinado por factores extrínsecos inerentes ao contexto, como a referência a visões do Mundo distorcidas, pobreza e riqueza e a sua disposição e capacidade para abraçar novas ideias.

A pedagogia de Paulo Freire, será sem dúvida, um caminho que a Educação pode desenvolver para melhorar o seu desempenho, auxiliar na criação de novas políticas, mas tem de encontrar um contexto propício para o seu desenvolvimento. Não pode ser vista como um processo mecânico, nem uma solução mágica, é um caminho muito longo e muito acidentado que deve ser percorrido em conjunto com toda a Sociedade.