No livro a “Terceira Cultura”, John Brockman, afirma que o que realmente está a mudar o mundo é a Ciência e a Tecnologia. E são muitas as descobertas e invenções revolucionárias, que estão hoje aos olhos de todos. Qual será o impacto futuro nas nossas vidas?
Obviamente será necessário reflectir sobre o que está a acontecer no Mundo
e isso não está restrito ao, dito, primeiro mundo, rico e tecnológico. Por cá as
tecnologias têm ainda um impacto directo e imediato nas nossas vidas, a simples
informatização de um serviço bancário, por exemplo, irá destruir centenas de
empregos. Mas não quero dizer com isto que não se informatize, pelo contrário!
Teremos que, rapidamente, encontrar formas de criar novos empregos que serão
sem dúvida de base tecnológica. Este é um desafio à escala global e que
coloca a Educação no centro das discussões.
O mundo assiste ao inicio da quarta revolução industrial que resulta da
combinação de diferentes tecnologias, da automação ao “big data”, da internet
das coisas à cloud passando pelos dispositivos móveis e as redes sem fio,
todas conectadas. Esta conexão permite o desenvolvimento de modelos de produção
inteligentes, que reduzem ou, mesmo excluem, a intervenção do homem.
É certo que esta realidade vai chegar a Moçambique e que estes processos de
mudança vão exigir uma profunda transformação social e económica. A quarta revolução
industrial leva a que o modelo produtivo assente no domínio completo da
Informação e do Conhecimento,
O Mundo, em geral, está a levar a sério o impacto da quarta revolução
industrial e os analistas avisam da perda de milhões de
empregos à escala global. O Conhecimento é a palavra chave para criar
capacidade de adaptação.
Para enfrentar tudo isto é preciso voltar à Escola! Será necessário operar
uma revolução nos curricula, tendo em conta as futuras formas de
industrialização. Os avanços tecnológicos e a robotização de
processos são hoje uma realidade em muitas áreas, como por exemplo na Agricultura, onde temos processos de robotização em curso, há vários anos, e com
tecnologias de ponta que evoluem constantemente.
Exige-se repensar a Educação, não parcialmente, mas no seu todo e
num modelo com numa visão abrangente (visão 360 graus). No novo modelo as
Ciências, a Matemática, a Engenharia e a Tecnologia ocupam o lugar
central, mas com um carácter experimental e de campo. Será também necessário
aprofundar os conhecimentos em Línguas, sem esquecer a Cultura
Moçambicana, os conhecimentos de Informática, estimular a criatividade e
sobretudo "aprender a aprender". É igualmente
importante fomentar a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade
curricular, de forma a promover o cruzamento das várias ciências com
as áreas tecnológicas.
O conceito de adaptabilidade deverá estar presente nos novos cursos de
Ciências e Engenharia ensinando aquilo que é básico e como explorar o Mundo e as
oportunidades que nos oferece. Ao mesmo tempo que se sensibiliza os jovens para
as vantagens de uma carreira nas áreas tecnológicas, cujos cursos superiores actualmente
têm muito pouca procura.
Os impactos das reformas na Educação só têm objectivamente
visibilidade a gerações de distância, é uma unidade de medida muito
grande, e é por isso temos que “Aprender a Educar” agora para não hipotecar o
futuro.
O Futuro prepara-se!
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