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sexta-feira, 31 de março de 2017

A diversidade biológica da Gorongosa: Exemplo de seleção natural (Parte I)

Segundo Edward Osborne Wilson (n. 1929), biólogo americano, especialista em insetos, e investigador científico externo do Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, “a Gorongosa (…) é ecologicamente o parque mais diverso do mundo”.

Esta diversidade é o resultado de milhões de anos de evolução. O principal mecanismo de evolução das espécies é a selecção natural. Mas como funciona a selecção natural?

Ao longo do tempo, foram vários os naturalistas que tentaram perceber a diversidade biológica existente no nosso planeta, e explicar a relação entre espécies extintas e espécies atuais. Ou seja, foram vários aqueles que tentaram compreender e formular teorias acerca de como se podem originar novas espécies.

O filósofo grego Aristóteles (384 a. C. - 322 a. C.), considerado, por muitos, o Pai da Biologia, foi um dos primeiros a estudar e classificar seres vivos, sobretudo animais. Contudo, o sistema de classificação aristotélico baseava-se apenas, por exemplo, no habitat ocupado pelos diferentes animais (existindo animais terrestres, marinhos e voadores), ou no tipo de sangue desses mesmos animais (existindo animais de sangre frio e animais de sangue quente).

Bem mais tarde, os irmãos naturalistas suíços Gaspard (1560-1624) e Johann Bauhin (1541-1612) terão sido os primeiros a fazer uso de um sistema binomial (ou binominal) de classificação de seres vivos.

Entretanto, no mundo microscópico, a primeira pessoa a observar células foi o naturalista britânico Robert Hooke (1635-1703). Foi ele também quem criou o termo “célula” e iniciou a Teoria Celular.

Contudo, foi o naturalista sueco Carl Lineu (1707-1778), autor da obra Systema Naturae (1753), quem popularizou o sistema binomial (ou binominal) de classificação de seres vivos. Este sistema consiste em atribuir um nome científico, composto por duas palavras (em latim ou latinizadas), a cada espécie de ser vivo: a primeira palavra, o nome genérico (com a inicial em maiúscula), corresponde ao género; e a segunda palavra, o descritor específico (com a inicial em minúscula), corresponde à espécie. É o que acontece, por exemplo, com o nome científico da actual e única espécie humana existente: Homo sapiens.




Já os nomes científicos das subespécies são compostos por três palavras: ao nome genérico e ao descritor específico, acrescenta-se o descritor subespecífico. É o que acontece, por exemplo, se considerarmos que os humanos modernos são uma subespécie: Homo sapiens sapiens. Além disso, os nomes científicos (de espécies e subespécies) devem ser escritos em itálico (com a letra inclinada); quando são manuscritos, os nomes devem ser sublinhados.

Por outro lado, na restante classificação taxonómica, os taxa hierarquicamente superiores são uninominais, ou seja, são compostos por uma só palavra (com a inicial em maiúscula). É o que acontece, por exemplo, no caso da família, ordem, classe, divisão, e reino da espécie (ou subespécie) humana, respetivamente: Hominidae, Primates, Mammalia, Chordata, Animalia.

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